Fique por dentro dos principais FATOS e TENDÊNCIAS que movimentam o setor

Pazolini usa máscara contra Covid sem garantia do fabricante

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

Pazolini

A máscara transparente utilizada pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), não tem nenhuma certificação de órgão oficial, admite a fabricante do equipamento, a Uni Máscaras. Portanto, o produto não garante a eficácia no combate ao novo coronavírus e às suas variantes mais agressivas.

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

‘O nosso produto visa a proteção e inclusão e foi criado com isso em mente, mas não temos nenhuma certificação oficial’, afirma a empresa, em nota enviada à coluna. A Uni Máscaras admite também que consultou órgãos oficiais, como a Anvisa, mas não obteve da agência de saúde uma resposta positiva. E até laboratórios particulares consultados pela fabricante não endossaram a máscara transparente.

‘Contatamos a Anvisa para homologação da máscara, mas eles não têm diretrizes para máscaras transparentes e, portanto, não fornecem homologação e nem posicionamento quanto ao produto. Buscamos também a avaliação de laboratórios particulares, que nos deram a mesma resposta’, diz a Uni Máscaras.

A empresa afirma que consultou infectologistas, mas não obteve uma resposta oficial dos especialistas. ‘Conversamos com médicos infectologistas que, inclusive, usam a máscara, mas eles também não se posicionam oficialmente devido à sensibilidade e à incerteza do assunto hoje no mundo inteiro.’

Esses profissionais, cujos nomes não foram revelados, a fabricante diz que eles asseguraram apenas a eficácia da máscara para evitar que o usuário não propague partículas externas. ‘Não oficialmente, eles consideraram a máscara adequada para o seu fim que é evitar a propagação de partículas por parte do usuário para a parte externa da máscara. Inclusive a aba extra inferior foi observada como sendo eficiente contra a contaminação de superfícies’, destaca a nota.

A Uni Máscaras diz que ‘acredita’ que sua máscara transparente é mais útil que as de panos, as mais comuns em uso pela população. ‘Acreditamos que a barreira física da máscara é mais eficaz do que a de pano/tecido por ser feita de um material 100% sólido e por ter fácil higienização. Sabemos que a máscara de pano diminui significativamente a sua eficácia após 3 horas de uso (por ficar umedecida) e que a sua higienização correta antes de reutilização inclui deixar a máscara de molho por 20 a 30 minutos em desinfetante.’

EPIDEMIOLOGISTA DIZ QUE MÁSCARA TRANSPARENTE NÃO PROTEGE

A coluna consultou a doutora em Epidemiologia Ethel Maciel, uma das maiores autoridades do país na área. A professora, pesquisadora e cientista capixaba é enfática: a máscara usada pelo prefeito de Vitória e por outros políticos não previne a contaminação pela Covid.

‘Não é nada confiável. Não protege nem ele e nem as pessoas à volta dele. Com as novas variantes a indicação é que passemos a usar máscaras mais filtrantes, do tipo PFF-2 ou N95. Como segunda opção, a cirúrgica’, alerta a especialista e colunista de A Gazeta.

Ethel até elogia a intenção de oferecer acessibilidade (o movimento dos lábios e a expressão facial do usuário ficam visíveis para todos), mas ela reitera que a máscara transparente não protege da contaminação pela Covid. ‘A máscara precisa ser ajustada. Uma máscara que tem ponto de entrada e saída de ar não serve para proteção contra agentes infecciosos. A ideia de acessibilidade é boa, mas infelizmente, não funciona para proteção do vírus.’

Para ela, os homens públicos, principalmente, devem dar o exemplo à população, ainda mais com as novas cepas do coronavírus surgindo. ‘Eu já usei uma máscara um pouco diferente dessa com mais ajuste e que visava a acessibilidade de pessoas surdas. Nesse momento, com as evidências que temos sobre as máscaras e principalmente com a emergências das novas variantes mais transmissíveis, as autoridades devem dar o exemplo’, recomenda a epidemiologista.

Aliás, Ethel pondera que nessa fase da pandemia, de altíssima contaminação, as máscaras que devem ser usadas são outras: ‘É preciso seguir a ciência e usar máscaras mais filtrantes, preferencialmente do tipo PFF-2. A Ciência evoluiu, já sabemos muito mais do que sabíamos no ano passado, e outros países estão distribuindo máscaras PFF-2 para sua população. Eu estou advogando para essas máscaras serem distribuídas no SUS. Enquanto não temos vacinas, isso salva vidas’, afirma.

O QUE DIZ O PREFEITO

O próprio prefeito confiava tanto na máscara que sugeriu à coluna que ouvisse o fabricante. ‘Pelas informações que recebi, a empresa tem bastante tempo de mercado. Eles são especialistas no assunto’, argumentou Pazolini, que contraiu uma forma mais branda do novo coronavírus logo no começo da pandemia, em abril do ano passado.

O prefeito da Capital disse que tem duas máscaras, que são limpas em intervalos regulares com álcool. No site do fabricante, cada unidade custa R$ 62, fora o frete.

Pelo que se vê, talvez Lorenzo Pazolini, com o agravamento da pandemia, terá que mudar seu hábito e passar a utilizar máscaras mais eficazes contra a Covid. Para proteção deles e de todos à sua volta.

Fonte: A Gazeta Online ES

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/18/basf-cria-plataforma-para-pequenas-farmaceuticas/

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress