Os preços nas farmácias registraram expressivas oscilações em agosto. O mês foi marcado pelo aumento do custo médio de medicamentos tarjados (0,96%). Ao mesmo tempo, houve uma queda expressiva nos valores de produtos ligados aos cuidados com a saúde (-4,78%) e à área nutricional (-3,09%). Os dados fazem parte da pesquisa inédita da Proffer, startup especializada em precificação para o varejo farmacêutico.
As demais categorias apresentaram variações mais moderadas. Enquanto os produtos de cuidado pessoal tiveram recuo (-0,62%), higiene e beleza (0,28%), medicamentos OTC (0,29%) e mundo infantil (0,36%) apresentaram um leve incremento. Isso pode refletir em ajustes sazonais ou influências de mercado específicas para esses segmentos.
Os números podem representar um sinal de alerta ao varejo farmacêutico, na visão de Paulo Sergio Soares, cientista de dados da Proffer. “Em um contexto de baixa, se não houver um trabalho dinâmico de pricing, o PDV corre um grande risco de perder vendas e competitividade”, adverte.
Inflação por região impacta nos preços nas farmácias
A inflação vem sendo um dos grandes motores dos preços nas farmácias, especialmente em localidades como os estados do Centro-Oeste. “Chama a atenção o fato de a região estar passando por uma situação de calamidade em função das queimadas, com níveis altíssimos de poluição, que acarretaram mais problemas de saúde e incentivaram a frequência nas farmácias”, analisa o executivo.
Já o Rio Grande do Sul apresentou queda, motivada por uma lenta recuperação do poder de compra do consumidor. “Obviamente os clientes não deixam a saúde de lado, mas neste momento podem estar concentrando a maior fatia de gastos na reconstrução de seus patrimônios”, acrescenta.
Boletim mensal serve de parâmetro para o varejo
Acompanhar os indicadores mensais é o primeiro passo para que o gestor de farmácia possa ter uma tomada de decisão assertiva e coerente. Foi com esse intuito que o Panorama Farmacêutico fechou uma parceria com a startup a fim de munir o mercado com dados que ajudam na montagem do sortimento, na composição do estoque e, principalmente, na precificação correta dos produtos.
“A situação econômica do Brasil ainda está complicada e as farmácias precisam ser muito dinâmicas para rentabilizar os negócios, ajustando os preços de forma que elas consigam maximizar a receita e a sua margem”, finaliza Soares.