Dentro de dois meses de uso autotestes contra a Covid no Brasil, uma pesquisa da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), divulgada exclusivamente CNNmostra que 88% dos testes foram negativos entre março e abril.
De acordo com o levantamento, cerca de 32 mil brasileiros fizeram o autoteste no período analisado.
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O levantamento da Abrafarma mostra que o Rio de Janeiro é o estado com maior índice de testes negativos, com 89%, seguido por Santa Catarina (86%) e Bahia (83%). O quarto lugar é ocupado por São Paulo (81%).
Três estados têm o número abaixo de 80%: Minas Gerais (75%), Rio Grande do Sul (70%) e Paraná (65%).
Segundo José Eduardo Levi, virologista e pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da USP, os índices seguem um padrão de disseminação da variante Ômicron.
‘Os lugares onde a intensidade da onda foi mais forte é onde deve haver mais casos negativos agora. Como a onda foi recente, ninguém se infecta duas vezes em um curto período de tempo, então vemos que o número de casos pode ser pequeno. Foi o que vimos no Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, por exemplo’, declarou
Mercado de autoteste cresce no Brasil
De acordo com o presidente executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Eduardo Gouvêa, 115 processos de registro de autoteste foram submetidos à aprovação da Anvisa.
No momento, ele diz que 25 produtos já podem ser comercializados, 33 processos foram indeferidos e 53 estão em andamento.
Gouvêa ressalta que os autotestes começaram a ser vendidos no país na mesma semana do Carnaval 2022, no início de março.
‘Acredito que já tenho uma boa oferta, mas haverá para mais algumas. O conceito de autoteste veio para ficar. Estamos de fato mudando a percepção do usuário. Ele vê o valor do diagnóstico e a importância do diagnóstico precoce para uma terapia eficaz. Isso ficou claro para a Covid-19, mas serve de exemplo para outras doenças’, analisa.
O presidente executivo da CBDL explica que o valor dos autotestes varia de região para região, mas a faixa de preço fica entre R$ 49 a R$ 79.
‘O Ministério da Saúde pediu que a Anvisa ajudasse a saúde pública. Então a farmácia está sendo uma grande aliada. Permitiu testes rápidos dentro de seu ambiente. Temos PCR, testes rápidos, exames laboratoriais e, por fim, autotestes, uma ferramenta para o paciente usar como forma de prevenção’, defende.
Testes rápidos em farmácias têm novo recorde de casos positivos de Covid-19
Embora autotestes tenham mostrado altos níveis de negatividade em dois meses, a 100ª edição do levantamento de testes rápidos de Covid-19 em farmácias, outro tipo de exame, realizado pela Abrafarma, mostra que o percentual de casos volta a ultrapassar 15% e retoma o nível de quatro semanas atrás.
Segundo a associação, o período de 18 a 24 de abril registrou 67.314 exames realizados, dos quais 10.307 indicaram diagnóstico de coronavírus – 15,31% do total.
O volume de infectados totalizou 10.307, contra 5.677 de 11 a 17 de abril. Além disso, o número total de infectados aumentou 82% em uma semana.
Como parâmetro, após o índice de 15,33% de resultados positivos na penúltima semana de março, o percentual caiu para 7,28% nos últimos sete dias do mesmo mês. Desde então, as pesquisas apontam para um claro viés de alta.
O pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da USP José Eduardo Levi acredita que o aumento de casos de covid-19 é causado por medidas de relaxamento, como o fim da obrigatoriedade de máscaras em diferentes estados brasileiros.
‘É fato que o número de casos está aumentando, mas isso não significa que seja uma segunda onda. Não estamos em uma tendência de queda que estávamos. Acredito que essa mudança deva se dar principalmente pela retirada de máscaras em algumas cidades. É mais do que o esperado que haverá um aumento, ainda que pequeno’, diz.
O virologista ainda defende a importância de continuar a vacinação para conter casos graves da doença.
‘Não há dúvida de que a vacina é eficaz. Se não tivéssemos a vacina, veríamos uma mortalidade absurda. Por causa da vacina, o número de internações é menor. Então eu acho que esse é o ponto. Muitas pessoas não tomaram a segunda dose. O melhor que as pessoas podem fazer é ter o ciclo completo, ir se vacinar’, orienta.
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Fonte: Aracaju Agora Notícias
