Um novo caso de racismo em farmácia vai parar na justiça. A RD Saúde recebeu uma condenação de R$ 5 mil por danos morais. O valor será revertido a uma colaboradora que foi orientada a prender seu cabelo de estilo black power “para não assustar os clientes”. As informações são do Extra e Painel de Riscos.
O caso, que aconteceu em uma unidade de Divinópolis (MG), foi julgado pela 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3) de Minas Gerais. Na opinião do TRT-3, a atendente foi vítima de conduta ofensiva e discriminatória, de cunho racista.
A varejista já havia sido condenada em primeira instância e a sentença foi confirmada após recurso. No processo, uma testemunha confirmou a fala preconceituosa, proferida pelo gerente da loja. Também de acordo com os autos, a ofensa foi relatada ao setor de recursos humanos, mas o agressor não se retratou.
“A alegação, além de ofensiva e discriminatória, tem cunho nitidamente racista, não podendo, de forma alguma, ser respaldada por esta Justiça do Trabalho”, apontou Jaqueline de Lima, desembargadora responsável pela relatoria do caso.
A reclamante já recebeu os valores indicados pela Justiça e o caso foi arquivado definitivamente. Procurada pelo Panorama Farmacêutico, a rede de farmácias, até o momento da publicação, não se posicionou.
Segundo caso de racismo em farmácia em menos de dois meses
Em maio, o portal noticiou que a RD Saúde havia sido condenada por racismo recreativo. No caso, ocorrido em São Paulo, uma colaboradora filmou a agressora afirmando que “a loja está escurecendo” e que “acabou a cota, negrinho não entra mais”.
A defesa da companhia afirmou que as declarações não passavam de uma brincadeira. Por outro lado, a juíza-relatora, Erotilde Minharro, afirmou que não há como provar a tese.