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Recuperação judicial da Santa Marta é aprovada

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Recuperação judicial

A recuperação judicial da Drogaria Santa Marta acaba de sair do papel. O juiz Ailton Ferreira dos Santos Junior, da 5ª Vara de Aparecida de Goiânia (GO), atendeu ao pedido ingressado pela rede em março deste ano.

Uma das 20 maiores empresas do varejo farmacêutico nacional até 2021, a Santa Marta viu o faturamento despencar mais de três vezes em quatro anos. No mesmo mês de março, a drogaria fechou 18 unidades em Brasília (DF) e Goiânia (GO), o que levou à demissão de 350 funcionários e colaboradores. Encerrou dessa forma as operações no Distrito Federal e passou a ter apenas 45 PDVs em Goiás, mantendo 540 postos de trabalho.

O processo tem a assessoria da Dux Administração Judicial. Como parte do cronograma aprovado na Justiça, a consultoria divulgou a primeira relação de credores, com quem a rede teria dívidas calculadas em R$ 92,6 milhões. São 1.198 credores ao todo, dos quais 815 envolvem passivos trabalhistas.

Recuperação judicial: entenda os caminhos até esse processo

No documento em que oficializa o pedido de recuperação judicial, a empresa atribui o momento atual às turbulências que enfrentou a partir da deflagração da pandemia. Esse contexto incluiu a interrupção de cadeias produtivas e de logística, além da contração dos financiamentos bancários.

As crises envolvendo outras redes do varejo farmacêutico regional, como a Bifarma e a Poupafarma, teriam também estimulado as distribuidoras de medicamentos a colocar o pé no freio e cortar a oferta de crédito. Consequentemente, a empresa passou a conviver com o desabastecimento de lojas.

Como resultado, o faturamento de R$ 500,6 milhões em 2019 caiu gradativamente até 2021. A Santa Marta figurava na lista das 250 maiores varejistas do país e era a 18ª maior empresa do varejo farmacêutico nacional. Mas no ano passado a receita entrou em queda livre, chegando a míseros R$ 155,9 milhões. Detalhe: a receita projetada para 2022 era de R$ 245 milhões.

A Santa Marta vem sendo alvo de denúncias trabalhistas desde o ano passado e, inclusive, teria deixado de depositar o FGTS dos trabalhadores há mais de dez meses.

O endividamento líquido mais que dobrou no período, subindo de R$ 16,22 milhões para R$ 36,31 milhões. São quatro anos consecutivos com prejuízo operacional.

A companhia ainda teve acatado o pedido de tutela antecipada, expediente que impede o corte de contratos e serviços básicos, incluindo água, luz, telefonia, internet e software. Entre os fornecedores estão grandes provedores como Linx e Totvs.

Recuperação judicial não é a primeira crise da Santa Marta

A crise que culminou na recuperação judicial não é necessariamente um tema novo na trajetória da Santa Marta, que iniciou operações em 1974. Em 2010, a rede acionou a Lei de Falências em vigor na época, ao sentir os impactos da crise do subprime a partir do estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos.

Com 100 lojas naquele ano, a rede teve de desfazer de uma série de PDVs para quitar as dívidas. O processo só teve um fim em 2014, quando a Santa Marta mantinha somente 64 unidades.

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