
A Viveo passou a estudar uma possível venda da Cremer. A unidade de produtos de higiene pessoal era fiadora da companhia em R$ 2,3 bilhões em títulos de dívida (debêntures). As informações são do Estadão. Companhia nega informação, embora especulações deem conta de que decisão foi negociada com credores
Segundo a coluna, apesar da liberação para venda, a Viveo não contratou terceiros para alinhar o processo. Outro ponto da negociação diz respeito ao limite de alavancagem,que deverá chegar a 3,5 vezes até junho de 2026.
Venda da Cremer não será única etapa da reestruturação
Além da venda da Cremer, outro compromisso da Viveo para voltar à forma serão os cortes de gastos, que passam pelo fechamento de centros de distribuição e a junção de fábricas. Esses movimentos devem acontecer ainda no primeiro semestre. Outros compromissos envolvem a estipulação de limites máximos para endividamento bruto, investimentos no ano e distribuição de dividendos.
Negociação levou mais de três meses
Ao contrário de outros processos de renegociação recentes, a Viveo não precisou mudar o perfil de dívida ou alongar prazos e taxas. Mas muita conversa foi necessária.
Foram mais de três meses de negociação e cinco assembleias entre dezembro e janeiro. Uma dessas reuniões teve exatamente o objetivo de alinhar a possibilidade de venda da Cremer, que demandaria uma assembleia própria caso ocorresse antes de 2029.
Os detalhes da crise na Viveo
Nos últimos anos, a Viveo apresentou um comportamento bem agressivo no mercado de M&A. Foram 25 negócios do tipo, sendo que 18 incorporações foram realizadas apenas em 2023.
Além desses negócios, mudanças macroeconômicas também pesaram contra a companhia. Esse “combo” levou a empresa a um montante de R$ 3,4 bilhões em debêntures, uma alavancagem de 3,14 vezes e um prejuízo de R$ 234 milhões, de acordo com o balanço do terceiro trimestre de 2024.
Procurada pela reportagem, a Viveo não se pronunciou.