A reestruturação do Grupo Elfa, controlado pela Pátria Investimentos, tem mostrado resultados positivos nos últimos meses. O processo, motivado pelo alto endividamento da companhia, ainda está longe de acabar. As informações são do Neofeed.
O acúmulo de pendências é o resultado de uma faca de dois gumes, utilizada para acelerar o ritmo de crescimento da empresa. Com o apoio de seu controlador, a Elfa adquiriu ao menos 22 companhias em diversas regiões do país, com 13 delas tendo sido confirmadas apenas nos últimos três anos.
A prática levou a um endividamento que representa hoje quatro vezes o valor do Ebitda da empresa, apertando suas margens. O delicado momento do setor de distribuição no canal farma é outro contribuinte para a situação da companhia.
Estratégias para a reestruturação do Grupo Elfa
Para tentar reverter essa situação o Grupo Elfa está alterando prioridades, negociando ativos e contando com o apoio de seus acionistas. O primeiro passo foi uma injeção de R$ 870 milhões do Pátria, noticiada pelo Panorama Farmacêutico, que possibilitou a aposta da distribuidora na alteração de seu foco.
“Uma carreta de Omeprazol [medicamento para tratamento de úlcera e gastrite], por exemplo, vale a mesma coisa que um carro com produtos oncológicos”, afirma José Roberto Ferraz, CEO da Elfa. “Para nós, que somos transportadores e armazenadores, ter menos transporte e armazenagem tende a ser lucrativo”, complementa.
O público-alvo do grupo também mudou, a empresa está ampliando seu foco na distribuição para secretarias de saúde estaduais, com foco nos governos de São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Paraná. De acordo com o executivo, a empresa já conta com 10% do market share no mercado de saúde privada e 25% do público.
Resultados começaram a aparecer
O Ebitda ajustado cresceu 5,2% no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior, para R$ 101 milhões, com um aumento de 0,3 percentual na margem ajustada, para 7%. No semestre, a alta do Ebitda ajustado foi de 4,4% para R$ 162 milhões, enquanto a margem ajustada avançou de 0,4 ponto percentual, a 5,6%.
O caixa gerado pelas atividades operacionais cresceu 73% no segundo trimestre, para R$ 131 milhões. Combinado com a redução de 43% do consumo de caixa visto nos primeiros três meses do ano, a Elfa fechou o semestre com um consumo de R$ 47 milhões, redução de 80%. A receita líquida se manteve estabilizada no segundo trimestre e no primeiro trimestre, com R$ 1,4 bilhão em R$ 2,9 bilhões, respectivamente.