Representantes da indústria farmacêutica defendem uma revisão na política de preços de medicamentos praticada pela CMED. O órgão é responsável pelo teto imposto ao valor dos produtos.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o argumento é de que o risco de desabastecimento, que já ameaça remédios como a dipirona injetável para tratamento hospitalar, pode se espalhar sobre outros medicamentos. Há relatos de escassez de estimulantes musculares e anti-inflamatórios. A causa da falta do analgésico está ligada à disparada dos custos de produção, que chegaram a um patamar capaz de desestimular a indústria, além do peso do câmbio sobre o insumo importado.
Defasagem no teto de preços de medicamentos
Para Reginaldo Arcuri, presidente do Grupo FarmaBrasil, a defasagem nos preços de medicamentos atinge especialmente os fármacos mais antigos, que carregam distorções de muitos anos. O cenário também inibe investimentos em inovações. Arcuri argumenta que a liberação dos preços favoreceria uma queda natural dos valores guiada pela própria concorrência.
Já no varejo, a dipirona vendida nas farmácias não registrou problema de produção, segundo o Sindusfarma. Isso porque essa categoria de medicamento, isento de prescrição médica, é livre do controle de preços, ou seja, a própria indústria é quem define o valor cobrado.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico