Relatório do banco Santander aponta a Hypera como top pick (melhor escolha) no setor de saúde. Publicado nesta sexta-feira, dia 13, o documento atualiza as perspectivas para as empresas de saúde listadas na B3, partindo de uma visão ainda pouco favorável ao setor, em função dos efeitos do ambiente macroeconômico, e destacando que resiliência é palavra-chave nesse contexto. As informações são do Neofeed.
Diante de um quadro que inspira cuidados, o banco, em seu diagnóstico, ressalta a preferência por três subsegmentos com menor correlação com esse cenário – farmacêutico, oncologia e odontológico. E, nesse universo, pinça as ações que julga estarem em melhor forma: Hypera, Oncoclínicas e OdontoPrev.
O banco reitera a recomendação outperform (acima da média de mercado) para a Hypera e tem preço-alvo de R$ 55 para a ação, o que traduz um potencial de valorização de 21,7% para o papel. A empresa teve um de seus melhores desempe operacionais em 2022, com diversos lançamentos de produtos importantes, além de ganhos de participação e de mercado.
Especialidades puxam faturamento da Hypera
No último balanço divulgado pela companhia, a receita líquida somou R$ 2,03 bilhões entre os meses de julho e setembro. O desempenho foi impulsionado especialmente pela alta de 17,3% do sell-out orgânico na comparação com o terceiro trimestre de 2021, que leva em consideração o preço médio de compra pelas farmácias. No acumulado do ano, o percentual de crescimento chega a 21,7% – 4,1 pontos percentuais acima da média da indústria farmacêutica, de acordo com a IQVIA.
A categoria de medicamentos de prescrição representou o principal motor para o faturamento da Hypera, com destaque para as marcas tidas como carros-chefes da empresa, incluindo Alivium, Dramin e Rinosoro. Recentes lançamentos voltados à cardiologia e ao sistema nervoso central também puxaram os resultados. Em seu pipeline de inovação, a farmacêutica mantém 90 produtos nessas duas áreas, que movimentam em torno de R$ 20 bilhões no país.
O terceiro trimestre ainda marcou a entrada no mercado de cannabis, por meio do medicamento à base de canabidiol full spectrum. O lançamento contém THC na formulação e é indicado para casos de ansiedade, depressão, dor crônica e epilepsia.
Outros novos integrantes do portfólio são o Picbam, primeiro remédio à base de apixabana no mercado brasileiro após a queda de patente para a prevenção da trombose venosa; o Ondif, voltado ao combate de náuseas; e o Aviv, que tem como foco o tratamento de transtorno depressivo maior (TDM).
Presente em 96% das farmácias brasileiras, a Hypera Pharma também dobrou de dez para 20 o volume de power brands da indústria farmacêutica desde 2018. Essa terminologia da IQVIA aplica-se às marcas que superaram R$ 100 milhões em vendas no intervalo dos últimos 12 meses até setembro.
A lista inclui 15 blockbusters líderes em suas categorias, entre os quais Addera D3, Buscopan, Benegrip, Dramin, Engov, Neosaldina e Rinosoro. A companhia detém as primeiras posições em áreas como respiratória (R$ 900 milhões), gastrointestinal (R$ 600 milhões) e antiespasmódicos (R$ 300 milhões). No segmento de dor, é a segunda colocada, mas superou a barreira de R$ 1,1 bilhão e apresenta 29% de share.
“Somos a quarta maior do país nesse segmento, sendo que há três anos sequer ocupávamos o top 10”, ressalta o CEO Breno Oliveira. Para aumentar a produção dessa classe de medicamentos, a farmacêutica erguerá uma planta em Jundiaí, no interior de São Paulo. O complexo fabril e de pesquisas receberá recursos de R$ 400 milhões. Outros R$ 400 milhões estão sendo aplicados no aumento da produção de medicamentos injetáveis.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico