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Síndrome do pânico e suas implicações

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Nas últimas semanas todo o Brasil vem acompanhando o drama vivido pelo padre Fabio de Melo, vítima da síndrome ou transtorno do pânico, e muitos não compreendem como um homem bem-sucedido, de extrema religiosidade, que passa tantas mensagens de fé para milhares de pessoas, de um dia para o outro passa a temer pela própria vida, questiona a sua fé, se tranca dentro de casa com medo de morrer e sente uma pequena segurança apenas com sua mãe por perto.

Esses sintomas relatados pelo padre Fábio acometem milhares de pessoas no Brasil todos os dias, e são responsáveis por atendimentos em pronto-socorros e ambulatórios médicos, simulam sintomas de ataque cardíaco, como palpitações, dor no peito, suor frio, tonturas, falta de ar ou sensação de sufocamento. Outros sintomas também são frequentes como náuseas, formigamentos, boca seca, tremores, calafrios, dor abdominal.

O sintoma mais angustiante é a sensação de morte iminente, que faz com que a pessoa acometida muitas vezes tenha que ser internada e medicada para sair da crise. As crises podem vir acompanhadas com agorafobia, que é o medo de lugares cheios ou fechados, muito comum em viagens aéreas, mas muitas vezes a crise surge em situações comuns como festas, viagens, salas de aula e no trabalho. Não existe uma causa específica para este transtorno; sabemos que o organismo nestes casos liga o sistema de alerta, como se algo de muito ruim fosse ocorrer e prepara o nosso organismo para o enfrentamento.

O nosso cérebro produz substâncias denominadas de neurotransmissores, responsáveis pela comunicação entre os neurônios (células do sistema nervoso), e provavelmente ocorre um distúrbio que leva à alteração destes transmissores que passam a estimular áreas do nosso cérebro com informações incorretas, alertando ou preparando o nosso organismo para ameaças ou perigos que não existem. Estes transtornos acometem normalmente adolescentes e adultos jovens, as mulheres são mais propensas que os homens, podem durar dias, meses e até anos, quando não diagnosticadas corretamente.

Nos últimos anos temos visto pessoas com mais de 50 anos de idade também serem vitimas deste problema, provavelmente foram acometidas quando jovens e recorreram os sintomas. O tratamento desta patologia é realizado com uma avaliação psiquiátrica e o profissional de saúde mental poderá lançar mão de medicamentos que estabilizem os neurotransmissores cerebrais, e de psicoterapias com psicólogos, onde poderão ser abordados situações de conflitos ( familiar, profissional, pessoal) que levaram ao desequilíbrio.

O depoimento do padre Fábio de Melo foi de muita coragem, pois ao se expor pessoalmente, demonstrou o seu comprometimento com o próximo e passou a mensagem que qualquer pessoa pode apresentar este transtorno, não importando o nível social, cultural ou econômico e vai colaborar para que outras pessoas possam ser tratadas de forma adequada.

Fonte: O Estado do ES

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