A indústria farmacêutica está preocupada com a redução de 59% no orçamento do Farmácia Popular para o próximo ano, um corte equivalente a R$ 1,2 bilhão.
Em entrevista para a Folha de S. Paulo, o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, avaliou que a retirada de recursos dos medicamentos que ajudam na prevenção de doenças pode sobrecarregar o custo do tratamento posterior com o agravamento da condição dos pacientes.
“Se não cuidar da hipertensão, o paciente pode ter AVC. Se não cuidar da diabetes, pode ter amputação. Uma pessoa que hoje é produtiva vai parar na Previdência. Em vez de ser contributiva, ela passa a ser beneficiária. Não manter o Farmácia Popular é dar um tiro no pé”, diz Mussolini. Nas contas dele, o custo deve subir. “É um programa que, com R$ 2 bilhões, tira dos hospitais mais de 20 milhões de brasileiros”, finaliza.
Farmácia Popular deixa de atender 12 milhões
Em 2022, as despesas do Poder Executivo com o Farmácia Popular previstas em orçamento totalizam R$ 2,04 bilhões. Para 2023, foram destinados somente R$ 842 milhões. Os indicadores refletem a redução de 27% dos investimentos com o programa desde 2015.
Criado em 2004 para assegurar a aquisição gratuita de medicamentos contra asma, diabetes e hipertensão, o programa já beneficiou 33 milhões de pessoas com o apoio da iniciativa privada.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico