A possível venda de MIPs em supermercados é um assunto que contrapõe varejo alimentar e farmacêutico. Agora, a indústria também entrou no tema e emitiu sua opinião.
Em entrevista à IstoÉ, Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma, elencou alguns pontos de atenção para a eventualidade da pauta ser aprovada. Dois entraves dizem respeito ao armazenamento dos medicamentos e o atendimento ao paciente.
Os desafios para a venda de MIPs em supermercados segundo a indústria
Armazenamento é assunto delicado
Segundo Mussolini, um dos principais pontos de alerta diz respeito às boas práticas de armazenamento. Para o presidente-executivo do Sindusfarma, o varejo alimentar teria obrigatoriamente que enxergar os medicamentos como mercadorias diferentes das que estão acostumados a lidar.
“Os medicamentos exigem boas práticas de armazenagem. Não podem ficar guardados dentro do estabelecimento comercial da mesma forma que se guarda arroz, feijão ou cerveja”, alerta.
Presença de farmacêutico seria necessária
Outro destaque feito por Mussolini diz respeito à presença de farmacêuticos nos supermercados, o que não é previsto no projeto de lei em análise. O autor da proposta, senador Efraim Filho (União Brasil – PB), prega que haja uma flexibilização, podendo esse profissional atuar de forma remota.
O executivo alerta que, para as farmácias, essa é uma prática obrigatória. “Você precisa ter um profissional de saúde, no caso um farmacêutico, para fazer a reposição dos estoques e para orientar quando o comprador tiver alguma dúvida específica”, afirma.