Fique por dentro dos principais FATOS e TENDÊNCIAS que movimentam o setor

Startup brasileira cria pele artificial para testes de produtos de beleza

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

Startup brasileira cria pele artificial para testes de produtos de beleza -Já está longe o tempo em que produzir pele humana em laboratório era coisa de filme de ficção científica. Hoje, a maioria dos grandes laboratórios de cosméticos possui sua própria criação in vitro de tecido humano. As amostras desenvolvidas são utilizadas para a realização de testes, antes eram feitos em animais.

No Brasil, porém, são poucas as opções comerciais disponíveis. Pensando nisso, a empresa BioCellTis, fundada em 2017, desenvolveu uma pele artificial para o mercado de beleza do país.

startup nasceu em Florianópolis pelas mãos da farmacêutica Janice Koepp, do engenheiro químico Luismar Marques Porto e do físico Carlos Renato Rambo. Ela havia acabado de terminar um projeto de pesquisa para reconstrução de tecidos lesionados em uma universidade na França. Ja Porto e Rambo estudavam formas de construir peles artificiais.

A matriz utilizada na construção dos materiais. (Foto: Divulgação)

O interesse em comum do trio rendeu uma parceria. Em 2009, o Janice, Porto e Rambo começaram uma pesquisa deles dentro da Universidade Federal de Santa Catarina.

Os três passaram anos estudando o material. Em 2017, eles decidiram levar o que havia aprendido para o mercado. “Nos juntamos, investimos nosso dinheiro e construímos tudo do zero, com apenas nosso conhecimento como bagagem”, diz Janice.

Tecido tecnológico
A pesquisadora conta que o segredo da startup é sua matriz biológica, que, segundo a pesquisadora, é patenteada. Para produzir o tecido, a empresa utiliza uma cultura de bactérias que desenvolve uma membrana específica. Depois de pronta, essa membrana é desinfetada.

No passo seguinte, a membrana recebe pele humana, oriunda de cirurgias de redução de pálpebras. A partir dessa amostragem, mais pele vai sendo criada, formando um tecido suficiente para testar produtos e drogas.

O produto da BioCellTis se tornará mais importante no mercado nacional em setembro deste ano. A partir dessa data, os testes feitos em animais serão proibidos no país.

Para Janice, a mudança será benéfica para sua startup. Segundo ela, importar pele artificial é caro e contraproducente, já que o material “morre” facilmente. “Por isso, é de interesse do país ter opções de produção aqui”, afirma a pesquisadora.

A máscara facial criada pela BioCellTis. (Foto: Divulgação)

Além da pele, a empresa está trabalhando na produção de outros materiais orgânicos dentro da mesma plataforma. Está em validação, por exemplo, um processo que permite a multiplicação de embriões. Isso pode aumentar as chances de fertilização in vitro, uma solução que a empresa pretende oferecer em breve.

A BioCellTis também utilizou a mesma matriz de reconstrução de tecidos para criar uma linha de cosméticos especializada. As máscaras faciais da empresa são usadas para recriar o tecido natural da pele em casos de envelhecimento, lesão ou danificação.

A equipe, agora, pesquisa novas formas de utilizar a membrana, como a reprodução de tumores para estudo detalhado em laboratório e a criação de uma “biotinta”. O desenvolvimento desse material permitiria, por exemplo, a “impressão 3D” de órgãos humanos.

Fonte: Pequenas Empresas e Grandes Negócios

Veja também:

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress