De um lado, startups com novas tecnologias, mas sem braços e escala para disseminá-las. De outro, farmácias com dores de cabeça no ponto de venda, mas sem canais facilitados para obter soluções práticas e econômicas. Com 15 meses de operações, a Farma Ventures começou a mudar essa realidade e as jovens empresas que integram seu ecossistema colhem os primeiros frutos.
A companhia é uma corporate venture builder do grupo FCJ e atua como sócia estratégica das startups. “Nosso modelo preconiza a seleção de empresas que já estão no mercado, mas carecem de meios para amadurecer o negócio. Nos tornamos cofundadores dessas startups e provemos o acesso a investidores, mentoria e toda capacitação técnica necessária”, comenta Paulo Justino, CEO da FCJ (à esquerda na foto).
Por meio de uma reportagem do Panorama Farmacêutico, Camilo Lopes conheceu o trabalho da venture builder. Sua empresa, a UseCash, completava um ano de atuação, mas com uma base tímida de três clientes. Hoje já atende cerca de 250 lojas de farmácias regionais e independentes, além da Indiana – uma das idealizadoras da Farma Ventures, ao lado da Drogal.
A plataforma digital propõe o monitoramento e automatização de informações sobre os clientes e os hábitos no PDV, oferecendo dados em tempo real para sustentar campanhas de incentivo e estimular produtos com maior giro e rentabilidade. “Em 120 dias fechamos contratos que não teríamos conseguido em um ano sem amparo de um ecossistema. Triplicamos o volume de negócios e ainda tivemos um avanço de 120% no tráfego orgânico no Google, por meio da área de marketing da venture”, comenta.
Mais confiança dos fornecedores
A XLZ, por sua vez, acionou a Farma Ventures em busca de um parceiro para acelerar seu crescimento. A startup criou uma plataforma online para antecipação de recebíveis, que permite aos fornecedores do varejo farmacêutico receberem suas notas antes do vencimento, além de visualizarem e identificarem diferenças entre os valores recebidos. “Mas além de recebermos mentoria e auxílio para melhorar a estruturação do negócio, estreitamos vínculos com potenciais investidores”, observa o CEO Valmir Fernandes.
Em um único mês, a empresa transacionou mais de R$ 20 milhões em antecipação de recebíveis. “Essa prática reduz o custo de capital de giro dos fornecedores, na medida em que aumenta a disponibilidade de crédito e permite que eles atendam aos prazos solicitados pelo varejo farmacêutico. Por isso, já atraímos mais de 1 mil provedores de produtos e serviços para nossa plataforma”, complementa. Além da Drogal e da Indiana, a XLZ também firmou contrato com a Drogaria Minas-Brasil.
Capilaridade
Durante a validação do negócio da Ligo, a Farma Ventures foi fundamental para apoiar a startup no fechamento dos dois primeiros contratos. Agora, a empresa marca presença em mais de 470 PDVs de quatro regiões do país, por meio de acordos com Drogal, Indiana, Minas-Brasil e, o mais recente, o Grupo Tapajós – o que viabiliza a estreia da startup no Norte do país.
A plataforma apresenta em detalhes dados sobre a realidade dos pontos de venda e dos centros de distribuição, incluindo o volume de SKUs em estoque, indicadores de sell-out, preço e promoções. Com isso, possibilita o alinhamento pleno entre os times comerciais, de trade marketing e suprimentos. “E projetamos estar em mais seis redes no fim do ano, inclusive com conversações iniciadas”, destaca a diretora de operações Rackel Guerra.
“Mais do que solucionar dores de cabeça do varejo, estamos fomentando uma cultura de inovação no setor, gerando oportunidades impensadas até pouco tempo atrás”, conclui Marcos Knosel, CEO da Farma Ventures (à direita na foto), que prevê chegar ao fim do ano com 25 startups integrando seu portfólio.
Startups que estejam trabalhando em soluções disruptivas que se encaixem no varejo podem entrar em contato com a Farma Ventures clicando aqui.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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