Sucessão na farmácia reúne família no interior de Minas

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SUCESSÃO NA FARMÁCIAFarmarcas, Ultra Popular, Entrefarma, associativismo, varejo farmacêutico
Foto: Divulgação

O processo de sucessão na farmácia reuniu a família Abreu novamente na pequena cidade mineira de Barroso, a pouco menos de 200 km da capital Belo Horizonte. O negócio criado pelo casal em Dores de Campos no ano de 1985 troca agora de mãos, mas com dois pontos comuns – o sobrenome e a paixão pelo varejo.

O 23º episódio da seção Minha História conta como essa família iniciou sua trajetória empresarial com uma pequena loja independente e hoje já administra dez pontos de venda sob o impulso do associativismo.

Tudo começou na roça

A história começa em 1978 em São João del Rey, cidade de 92 mil habitantes. Foi lá que os primos Paulo César e Elaine se apaixonaram, enquanto ainda concluíam o ensino superior.

Ela formou-se em educação física. Ele, um aficionado pelos animais, até cogitou a faculdade de veterinária, mas decidiu se tornar farmacêutico pois via na profissão uma opção lucrativa e vital para a população em um município de pequeno porte.

“Nessas localidades, a farmácia é a porta de entrada da saúde. Logo identifiquei nesse setor a possibilidade de ter uma boa carreira e prestar um serviço importantíssimo para a comunidade”, relembra.

Primeira farmácia veio em 1985, mas expansão foi irregular

Paulo César mudou-se para Juiz de Fora (MG) para cursar farmácia. Em 1985, pouco tempo após receber o diploma, comprou sua primeira drogaria em Dores de Campos (MG) com a ajuda do pai, que ficou sabendo de uma loja à venda. “Era a Farmácia Santa Terezinha, onde havia um quadro da santa que mantemos até hoje. Viramos devotos, inclusive”, conta.

Sem nenhum tipo de curso de gestão, o empresário até prosperava, mas, agindo por instinto, acabava investindo sem estratégia. “Confesso que, quando sobrava um dinheirinho, logo comprava um pouco de gado ou aplicava em algum outro negócio”, relembra, aos risos.

Novo século, nova fase

Na virada para os anos 2000, a Farmácia Santa Terezinha já contava com duas unidades, sendo a segunda a de Barroso, que hoje é a sede da rede. Nesse momento, a esposa fez uma escolha corajosa. Abriu mão da estabilidade de um cargo público, como professora concursada, para ajudar o marido. “As pessoas próximas diziam que estava maluca por largar meu emprego de 12 anos pelo negócio da família. Mas eu sabia que o Paulo César precisava da minha assistência”, explica.

“Ela sempre foi o oposto de mim. Na administração de nosso negócio, isso nos completou e deu o equilíbrio que tanto precisávamos”, confessa. O casal 20 trabalhava tão bem junto que, em dez anos, a família já havia dobrado o número de lojas. Com o crescimento, surgiam novos problemas.

Associativismo deu retaguarda ao negócio

No começo da década de 2010 e com quatro unidades sob seu guarda-chuva, o casal começava a entender que gerir o negócio de forma independente seria insustentável. Após algumas pesquisas na internet, Elaine conseguiu um contato com a Febrafar.

Mal sabia ela que quem atenderia aquela ligação seria o próprio Edison Tamascia, presidente da federação. “Ele nos ouviu, entendeu nossas dores e nos indicou a Entrefarma, que já tinha uma forte atuação no Estado”, ressalta. A mudança de bandeira foi fluída e simples.

A entrada da rede de farmácias na Farmarcas também aconteceu de maneira tranquila, uma vez que já confiavam na expertise dos especialistas da administradora. “O grupo não apenas profissionalizou nossa operação, como também nos apresentou a Ultra Popular, que já representa mais da metade do nosso faturamento”, afirma.

Atualmente, o casal comanda nove farmácias, sendo quatro da bandeira Entrefarma e cinco da Ultra Popular. Ainda neste ano, a loja 10 abrirá as portas. A família “Santa Terezinha” se faz presente em sete cidades: Barbacena, Barroso, Carandaí, Juiz de Fora, São João del Rei, Tiradentes e Ubá. A primeira loja, em Dores, foi vendida em 2012, para construir a sede na cidade atual.

Sucessão na farmácia: desafio e união

O suado trabalho de Elaine e Paulo César possibilitou que suas filhas, Ana Paula e Ana Flávia, realizassem o sonho de cursar medicina. Mas, isso não veio sem custo. “Elas tiveram que deixar a cidade para estudar. Tínhamos certeza que não voltariam”, conta a mãe.

Só que o destino traria as “Anas” de volta para casa e para o negócio da família. Apesar de formadas e atendendo em suas especialidades, ambas passaram a se interessar pelo varejo farmacêutico e resolveram abraçar o setor.

“É difícil largar o osso depois de tanto tempo. Mas poder trabalhar juntos, almoçar e voltar do escritório juntos não tem preço”, confidencia o pai.

“Esse caminho de transição não é só sobre dar continuidade, mas também sobre trazer novas perspectivas para o negócio iniciado por nossos pais”, comenta Ana Paula. “Poder contar com o suporte da Farmarcas nos dá muita segurança, nos ajudando a enfrentar os desafios e a fortalecer ainda mais o legado construído por eles”, acrescenta Ana Flávia.

As irmãs passam a comandar o negócio que já fatura R$ 4 milhões. Com a décima loja, o quinto milhão deve ser conquistado. Para o futuro, as Anas planejam manter um ritmo de duas aberturas por ano. “O Paulo nos acha ousadas. Mas sempre adotei a filosofia de primeiro tentar antes de dizer que não vai dar certo. Olha onde estamos hoje”, comemora Elaine.

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