Movimentos de sucessão empresarial marcaram o mês de julho nas duas maiores redes de farmácias do país. Mas essa estratégia pode representar muito além de uma abertura de caminho para novas lideranças e de um reforço nos planos de expansão.
A troca dos CEOs da RD Saúde e do Grupo DPSP serve de exemplo para que as pequenas empresas também comecem a pensar nesse processo. Trata-se de um passo fundamental para evitar substituições apressadas e garantir um futuro exitoso e até mesmo a sobrevivência das operações.
De acordo com Rica Mello, especialista em gestão de empresas e fundador do grupo BCBF, pensar antes sobre o que vem depois não é apenas uma prática prudente, e sim uma necessidade estratégica. “O planejamento sucessório é a ponte entre a estabilidade presente e o crescimento futuro”, explica.
Como montar um plano de sucessão empresarial
Para realizar um plano de sucessão empresarial eficiente, é importante começar com uma análise detalhada da estrutura atual da empresa. Avaliar o organograma, identificar posições críticas e entender as tendências de rotatividade são as etapas iniciais determinantes para prever futuras necessidades.
A identificação de lacunas que possam surgir com o passar do tempo permite determinar quais cargos são fundamentais e propensos a mudanças em curto ou médio prazo, considerando aposentadorias, transições de carreira e outros fatores.
“O planejamento sucessório deve ser feito com antecedência suficiente para permitir a identificação e o preparo dos sucessores”, aconselha o especialista. Ele destaca ainda que avaliar os colaboradores que possuem o perfil necessário para assumir posições-chave e ter uma lista de múltiplos candidatos potenciais assegura mais opções e flexibilidade.
Capacitação dos sucessores
Investir na capacitação e no treinamento dos sucessores é outra medida relevante. Proporcionar experiências de desenvolvimento que alinhem habilidades técnicas e culturais aos requisitos do cargo possibilita que os novos líderes estejam totalmente preparados para assumir suas responsabilidades.
A transição de liderança deve ser suave e bem planejada. Quem deixa o cargo, muitas vezes, assume papéis consultivos no conselho, ajudando a guiar o novo líder e trabalhando em prol da continuidade das estratégias. “Esse processo deve ser transparente e comunicativo, envolvendo todos os stakeholders para minimizar qualquer disrupção”, ressalta.
“Transições planejadas evitam rupturas abruptas e mantêm a estabilidade organizacional, bem como minimizam a demanda por contratações externas para posições de liderança, economizando tempo e recursos”, complementa.