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Suspeita de toxoplasmose em morte de feto é investigada em Santa Maria

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As secretarias da Saúde de Santa Maria e do Rio Grande do Sul investigam a suspeita de que a toxoplasmose tenha sido causa da morte do feto de uma paciente grávida que teve a doença, no município da Região Central gaúcha. Segundo o governo estadual, a cidade tem 51 casos confirmados, mas um grupo local de médicos infectologistas contabiliza 148 incidências.

O governo estadual não reconhece oficialmente os dados dos médicos, mantendo as 51 confirmações feitas pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), sendo sete gestantes, desde o último dia 12. A secretaria sustenta que o número não é suficiente para caracterizar uma epidemia na cidade.

Ainda segundo o órgão do estado, entre os casos confirmados, 90% dos pacientes tiveram febre e dores no corpo e na cabeça, e 76% tiveram ínguas (inchaço das glândulas linfáticas). Não foram informados detalhes do óbito fetal investigado.

A partir de um levantamento de casos, após consultas e exames em consultórios e clínicas desde março deste ano, os médicos que divulgaram o dado divergente dizem ter notificado 199 casos suspeitos. Destes, 148 tiveram resultado positivo, e outros 51 apresentaram suspeita clínica.

Além disso, entre um grupo de gestantes, atendidas a partir de janeiro deste ano, foram identificadas 51 suspeitas, que aguardam resultados de exames.

O motivo da diferença entre os números, de acordo com os médicos, é que os exames ainda não passaram por contraprova, uma exigência da secretaria para compilação dos dados. Eles justificam a investigação paralela alegando que precisam de mais agilidade nas confirmações por parte do Lacen, para evitar novas contaminações.

Ajuda federal

O prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom, esteve na terça-feira (24) com o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, para discutir a situação e buscar recursos financeiros. Durante o encontro, ficou definido que remédios serão enviados pela União ao município para o tratamento dos pacientes, e que uma equipe do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS) vai a Santa Maria para auxiliar as equipes de vigilância do estado e do município a buscar origem do surto na cidade.

Na segunda (23), o prefeito havia se reunido com representantes do governo estadual para tratar do assunto. A administração municipal diz ter investido R$ 30 mil na compra de antibióticos e antivirais, e que adquiriu 6 mil dezenas de unidades de remédios, suficientes para três meses.

“A reunião de ontem no governo do estado e a de hoje [terça] no Ministério da Saúde nos dão a garantia de que tudo que deve ser feito, estamos fazendo. Trabalhamos de forma antecipada para assegurar os remédios e buscamos reunir todas as forças: União, estado e município”, disse Pozzobom.

Toxoplasmose

A toxoplasmose, cujo nome popular é doença do gato, é uma doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, a doença pode ocorrer pela ingestão de oocistos [onde o parasita se desenvolve] provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminadas com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua e mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e carneiro; ou por intermédio de infecção transplancentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriam a infecção durante a gravidez.

Sintomas

Em alguns casos os sintomas não se manifestam, mas podem ser:

Febre;
Cansaço;
Mal estar;
Gânglios inflamados.
O período de incubação da toxoplasmose vai de 10 a 23 dias quando a causa é a ingestão de carne, e de 5 a 20 dias quando o motivo é o contato com cistos de fezes de gatos.

Fonte: G1

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