Sycamore Partners conclui aquisição da Walgreens por R$ 57,7 bilhões
Transação encerra meses de incertezas e reposiciona a rede como empresa privada
por Gabriel Noronha em
e atualizado em


A novela que levou à aquisição da Walgreens parece ter finalmente chegado ao fim. No dia 28 de agosto, a varejista anunciou que iniciou oficialmente suas operações como uma empresa privada independente.
O complicado processo, acompanhado passo a passo pelo Panorama Farmacêutico, se iniciou com uma crise que motivou o fechamento de 1.200 lojas e chegou a ser considerado “praticamente morto” por instabilidade nas ações em janeiro. As partes voltaram à mesa um mês depois, acordaram valores em abril e iniciaram a retirada da companhia da bolsa de valores em março.
O acordo, cercado de desconfiança do mercado pela existência de dívidas e obrigações de arrendamento que somam US$ 30 bilhões (R$ 175,18 bilhões), foi finalizado dentro do prazo esperado, no terceiro trimestre do ano.
A Sycamore Partners, empresa de private equity de Nova York, conduziu a transação em parceria com a família de Stefano Pessina, bilionário ítalo-monegasco que é presidente-executivo e maior acionista individual da varejista.
Novos executivos assumem após aquisição da Walgreens
Como primeira medida para reposicionar a empresa no mercado, os novos controladores anunciaram Mike Motz como CEO. O executivo é um velho conhecido da Sycamore, já tendo atuado na mesma função na Staples US Retail, outra empresa do portfólio da investidora.
Antes disso, Motz atuou como presidente da Shoppers Drug Mart, rede líder de farmácias no Canadá. Segundo comunicado da Walgreens, ele se destaca por implementar foco renovado no varejo, priorizar o cliente e aplicar disciplina operacional significativa.
As mudanças também incluíram a permanência de Tim Wentworth, ex-CEO, como diretor em exercício, e a eleição de John Lederer, ex-diretor da Walgreens Boots Alliance e consultor sênior da Sycamore, como presidente executivo da rede.
“Trata-se de um novo capítulo empolgante e um ponto de virada para a Walgreens”, disse Motz. “Como organização privada estamos renovando o foco em nossas lojas e na experiência do cliente, dando continuidade ao progresso alcançado”, complementa.