Tratar Covid grave com remédio já é realidade no ES. Entenda como funciona

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Medicamento incorporado pelo Ministério da Saúde no tratamento contra a Covid-19 em abril deste ano, o baricitinibe já está sendo utilizado no Espírito Santo. Ele é indicado para pacientes no estado mais grave da doença, como pacientes internados, e foi o primeiro remédio contra o coronavírus e ser disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez a recomendação do remédio, que foi aprovado no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em Vitória, o Hospital Santa Rita confirmou já usar o medicamento.

A unidade informou que começou a aplicá-lo a partir do mês passado. O baricitinibe foi adquirido por fornecedores que atendem o hospital com outros medicamentos. Segundo o Santa Rita, o quadro médico segue as recomendações dos estudos publicados a respeito.

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Outros hospitais privados também foram questionados se já iniciaram uso do remédio, mas não enviaram respostas até o momento.

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Já na rede pública, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) afirmou que o Ministério da Saúde sinalizou que iria disponibilizar o remédio para a distribuição nas unidades do SUS onde há leitos de Covid-19. No entanto, ainda não recebeu e não possui uma estimativa de quando o medicamento estará nos hospitais.

Enquanto aguarda a chegada do baricitinibe, a Sesa ressalta que não há a necessidade de compra pelo Estado, já que o componente é coberto pelo órgão federal.

O MEDICAMENTO

O baricitinibe já tem registro no Brasil para o tratamento à artrite reumatoide. A droga atua sobre o sistema imune, na recuperação de quadros inflamatórios.

Para pacientes com Covid-19, o uso é voltado para os pacientes que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que precisam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva.

O estudo COV-BARRIER avaliou que houve uma redução potencial em 38% da mortalidade pela doença no dia 28 de tratamento, de acordo com a farmacêutica Eli Lilly, que fabrica o medicamento.

O baractinibe é tua sobre o sistema imune. De forma mais específica, ele diminui a ação da interleucina-6 (IL-6), substância ligada à ocorrência de reações inflamatórias geradas por diversas doenças e se apresenta com níveis elevados em casos mais graves da doença.

OUTRO REMÉDIO PARA CASOS LEVES

Outro remédio aprovado contra a Covid-19 é o Paxlovid, recém-incorporado pelo Ministério da Saúde para o tratamento. Ele é composto pelos antivirais nirmatrelvir e ritonavir. É o primeiro medicamento incluído no SUS para pacientes de casos leves e moderados com alto risco de complicações. Tem como objetivo prevenir internações, complicações e mortes.

A estimativa é que em até 180 dias ele esteja disponível para o tratamento na rede pública. O Paxlovid também estará disponível para comercialização em farmácias, mas a partir de prescrição médica, explicou o farmacêutico Sílvio Louzada, membro da comissão de assuntos sanitários do Conselho Regional de Farmácia do Espírito Santo (CRF-ES).

‘Essa medicação foi aprovada pela Anvisa para comercialização, mas ainda não está disponível para as distribuidoras e não chegou ainda nas farmácias. Ainda não houve uma procura nas farmácias nem por prescrição, nem por busca espontânea. Acho que está muito recente”, disse Louzada.

O membro do CRF-ES também esclareceu que a venda vai acontecer sob informações de atenção farmacêutica, mas não será de controle especial. Ele ressaltou que o medicamento não foi feito para evitar o contágio e tem uso específico. ‘Será vendido sob prescrição médica e informações de atenção farmacêutica, mas não será de controle especial. A Anvisa reforça a importância de apenas pacientes indicados pelos médicos como específicos para aquele tratamento usarem, para não termos um uso irracional do remédio. Ele não foi feito para profilaxia, ou seja, para evitar o contágio”, comentou.

O Paxlovid é indicado exclusivamente para pacientes que não requerem oxigênio suplementar e que apresenta risco aumentado para progressão da doença. O remédio costuma apresentar reações e tem um tempo de uso máximo. Louzada também lembra que é preciso atenção às possíveis interações medicamentosas.

‘Esse medicamento é indicado exclusivamente para pacientes que não requerem oxigênio suplementar e que apresenta risco aumentado para progressão do Covid. O uso máximo dele é de 5 dias após os sintomas. Como reações, ele pode dar distúrbios gastrintestinais, dor de cabeça, vômito e alteração do paladar. Isso ocorre com frequência ‘comum’ nos estudos em humanos. As interações medicamentosas devem ser bem avaliadas pelo médico. Se o paciente está usando alguma medicação que força demais o fígado, não é indicado’, finalizou o farmacêutico.

O USO E EFEITO

O medicamento, fabricado pela Pfizer-BioNTech, tem uso oral. Sendo a junção de dois antivirais, o nirmatrelvir foi desenvolvido pela empresa farmacêutica e o ritonavir já existe, sendo utilizado no tratamento contra HIV/Aids.

O nirmatrelvir tem a função de impedir que o vírus se prolifere. Já o ritonavir inibe a ação de uma enzima que degrada o nirmatrelvir. Com isso, colabora para que o nirmatrelvir fique por mais tempo disponível na corrente sanguínea, o que potencializa a ação contra a Covid-19.

Fonte: A Gazeta ES

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