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Trombose x anticoncepcional: por que esta é uma relação perigosa

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Nem mito, muito menos invenção. Antes de enquadrar os relatos que pipocam na web sobre trombose provocada por anticoncepcional como fake news, saiba: esses contraceptivos podem mesmo quadruplicar as chances, principalmente em mulheres que já tenham tendência a problemas cardiovasculares.

Para quem não sabe, os chamados eventos tromboembólicos se dão quando ocorre a coagulação de sangue no interior do vaso sanguíneo, os chamados trombos. E sabe por que ter isso no seu corpo é tão perigoso? Porque esse coágulo pode se desprender e bloquear o fluxo de sangue de artérias ou veias. É daí que podem pintar três complicações gravíssimas: a embolia pulmonar, o infarto ou AVC (acidente vascular cerebral). Assustador, não?

Segundo a ginecologista Cidinha Ikegiri, tanto os anticoncepcionais orais como todos os outros métodos contraceptivos que liberam hormônios estão relacionados à maior chance de eventos tromboembólicos.
Hoje em dia, ouvimos muito falar sobre as pílulas com menores doses hormonais. Elas realmente diminuíram o risco desse tipo de complicação nos últimos anos. Ainda assim, todo cuidado é necessário pois a relação entre trombose e o uso destes métodos já é bem consolidada na literatura médica.“A constituição destes métodos contém hormônios como o estrogênio e a progesterona que alteram a coagulação sanguínea, já que nossos vasos apresentam receptores para estes hormônios — portanto, eles também são atingidos com o uso da pílula”, explica.

Por isso mesmo é essencial que a mulher procure um ginecologista para a escolha individualizada do seu método contraceptivo ideal. Tomar por conta própria, nem pensar!

Trombose x anticoncepcional: ainda temos que falar dessa relação perigosa (Foto: Thinkstock / Iago Francisco)

As mulheres com histórico familiar ou pessoal de trombose possuem uma predisposição para a formação de trombos. O mesmo vale para quem sofre de obesidade, deficiências nos fatores coagulantes, ou mesmo é fumante e/ou sedentária. “Pra se ter uma ideia de como fatores de risco associados podem ser perigosos, estudos evidenciaram que mulheres fumantes que tomam anticoncepcionais combinados tem um risco quase nove vezes maior de trombose”, informa a gineco.

Agora, se você faz parte deste time, saiba que os anticoncepcionais orais combinados que constituem a maioria das pílulas hoje no mercado são contraindicados a mulheres com fatores de risco para trombose. “Isso inclui trombofilias confirmadas, tabagismo com mais de 15 cigarros/dia ou histórico pessoal anterior de trombose.”

Por potencializarem o risco de complicações, os contraceptivos hormonais também não são recomendados para quem tem histórico de crises de enxaqueca, pressão alta e cirurgia de grande porte com imobilização.

“As trombofilias, doenças que fazem com que determinado indivíduo tenha maior capacidade de formação de trombos, são essenciais na avaliação clínica para detectar alguma suspeita de risco ou contra-indicação ao uso de anticoncepcionais orais.” Caso haja suspeita de trombofilias, existem exames de sangue ou até testes genéticos que investigam predisposição à trombose.

Será que tenho tendência a ter trombose?

Só quem poderá dar essa resposta é o seu ginecologista. Antes de escolher o método contraceptivo, é importante que o profissional faça uma anamnese, ou seja, que investigue possíveis fatores de risco para trombose.

Nunca senti nada, devo investigar?

Segundo Cidinha, não é recomendada a pesquisa laboratorial de trombofilias para pacientes que não apresentam riscos de rotina. “Exames laboratoriais podem estar negativos em muitos pacientes com risco aumentado para trombose, podendo dar uma falsa idéia de segurança para estas pacientes”, explica. Ou seja, se você faz parte do grupo de risco, é melhor mudar seu método contraceptivo.

Para se proteger de uma gravidez indesejada sem correr riscos, existem algumas alternativas. A mais comum é o dispositivo intrauterino, o famoso DIU. “É um método seguro, eficaz e muito bem tolerado, além de ter uma duração longa, ser econômico e uma ótima opção para a mulher moderna”, opina Cidinha .

Ela explica que no Brasil existem dois tipos de DIU: o DIU de Cobre, que não contém nenhum hormônio; e o DIU Mirena, que libera dentro da cavidade uterina uma progesterona em concentrações mínimas, que tem um risco de trombose muito baixo. Por fim, há ainda o bom e velho preservativo, não vamos esquecê-lo!

Fonte: Revista Glamour

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