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Vacina de RNA mensageiro une Brasil e Argentina

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Vacina de RNA mensageiro

Laboratórios sul-americanos intensificam sua participação na corrida pelo desenvolvimento da vacina de RNA mensageiro (mRNA) contra a Covid-19. Brasil e Argentina desafiam a concorrência de Pfizer e Moderna visando à criação de um polo regional de produção independente. As informações são da Folha de S.Paulo.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) apoia a movimentação. No entanto, a disputa em torno das patentes dessa tecnologia, liderada pelas farmacêuticas norte-americanas, coloca em risco o projeto.

Vale lembrar que a fabricação de remédios e vacinas também pode ser objeto de patentes.

Patentes freiam vacina de RNA mensageiro na América do Sul

O laboratório Bio-Manguinhos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e ligado ao Ministério da Saúde, é detentor da principal pesquisa sobre vacina de RNA mensageiro na América do Sul. Porém, essa iniciativa vem sendo adiada em função dos pedidos de patente de Pfizer e Moderna.

Segundo informações da Repórter Brasil, a Moderna já apresentou 21 solicitações no mundo, sendo 13 na América Latina. Já a Pfizer solicitou as mesmas 13 patentes apenas no Brasil.

“É uma estratégia muito clara para bloquear o hub”, afirma a pesquisadora peruana Ximena Benavides, da Universidade de Yale. Ela acredita que seja uma forma de proibir a chegada de novos produtores no mercado.

Busca de métodos para driblar as patentes

A missão dos cientistas é encontrar substâncias e técnicas semelhantes às utilizadas por Pfizer e Moderna que ainda não foram patenteadas. Por exemplo, a vacina de RNA mensageiro tem diversos tipos de lipídios na composição, sendo que algumas tiveram patentes apresentadas pelas farmacêuticas.

“Nós ficamos paralisados pelo menos seis meses porque não encontrávamos onde produzir esses lipídios com boas práticas de fabricação para nossos estudos clínicos e livres para utilização”, contou Patrícia Neves, pesquisadora de Bio/Manguinhos/Fiocruz durante webinar.

Jorge Bermudez, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública, explica que, para um mesmo produto há uma série de nanopartículas patenteadas não pertencentes à fabricante “A Pfizer não é detentora de todas as patentes de sua vacina. É uma rede de patentes que permite à Pfizer fabricar a vacina”.

Distribuição de vacinas de RNA mensageiro

Apesar de ser um marco na ciência, as vacinas de mRNA não são bem distribuídas. Elas já se tornaram preferenciais em países como Brasil, Argentina, Chile e Peru.

Em 2021, a Organização Mundial da Saúde lançou um modelo de transferência de tecnologia para promover essas vacinas a todos, entretanto, as gigantes farmacêuticas se recusaram à empreitada.

Anteriormente, a Pfizer havia se comprometido ao acesso equitativo de sua vacina desde o início da pandemia. Foram entregues 4,6 bilhões de doses no total, das quais 1,8 bilhão a países de baixa e média renda.

Vacina brasileira de mRNA

Por meio do laboratório Afrigen, a África do Sul está liderando iniciativa da OMS junto a 15 laboratórios de países como Brasil e Argentina. Este projeto já teve a produção dos primeiros lotes da vacina, baseada na fórmula da Moderna.

A Fiocruz, em colaboração com o laboratório argentino Sinergium, foi apontada como responsável para criar uma vacina de mRNA sem royalties, visando o compartilhamento regional da tecnologia.

“Não está claro se o projeto de transferência de tecnologia será bem-sucedido, uma vez que foi modificado mais de uma vez, redirecionando seus esforços à medida que a pandemia se desenvolvia”, justifica Benavides.

Uma vacina brasileira poderá custar 10 vezes menos do que as de Pfizer e Moderna.

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