O varejo farmacêutico da Colômbia vive uma expansão vigorosa, mas a concentração de mercado e gargalos de abastecimento ligam sinais de alerta. Entre os mercados da América Latina, o país registrou o maior avanço percentual em faturamento e foi o único a crescer acima de 20%.
Conforme noticiou o Panorama Farmacêutico na última semana, um levantamento da Close-Up International destrinchou os dados do mercado farmacêutico na América Latina. O canal farma colombiano teve incremento de 22%, contra 13% do Brasil,12% do México e 5% da Argentina.
Os resultados, no entanto, são extremamente dependentes da presença de duas redes – que dominam 63,3% do setor. Os dados foram divulgados pelo jornal La República, a partir de indicadores da Euromonitor.
A rede de farmácias chilena Cruz Verde chegou ao país em 2013, e já controla 39,9% do mercado. Dez anos após erguer a primeira loja, a companhia já conta com 730 estabelecimentos em 26 dos 32 departamentos colombianos.
“No ano passado tivemos US$ 4,3 bilhões (cerca de R$ 24,6 milhões) em vendas na Colômbia. Em médio prazo esperamos terminar este ano com pouco mais de 830 farmácias. Em 2025, esperamos chegar a 1.050 drogarias em todo o território nacional, sem perder de vista as oportunidades de aquisição que nos permitam chegar, inclusive, nas regiões mais afastadas do país”, afirma Claudia Sterling, vice-presidente da companhia.
A segunda colocação é da Coopidrogas, com mais de 600 PDVs ao redor do país e 23,4% de market share. Dados da Superintendência de Sociedades da Colômbia revelam que a companhia registrou uma renda superior a US$ 2,5 bilhões (R$ 14,2 bi) no último ano.
A La Rebaja completa o pódio, com 11,6% de representatividade. A varejista está sob controle do governo colombiano desde uma investigação das autoridades locais, que conectou os antigos donos, Miguel e Gilberto Rodríguez Orejuela, ao Cartel de Cali.
Varejo farmacêutico da Colômbia
(representatividade por rede)
País vive crise no abastecimento de medicamentos
A alta na demanda expõe atributos e problemas na mesma proporção. A Colômbia vem convivendo com a falta de medicamentos. Atualmente, pacientes que fazem uso recorrente de fármacos psiquiátricos são os principais afetados. Especialistas apontam como causas os elevados custos de importação de insumos e o excesso de burocracia nos processos de autorização e registro de novos remédios. Qualquer semelhança pode não ser mera coincidência.