As farmacêuticas brasileiras ampliaram sua liderança no mercado da América Latina. Dos US$ 68 bilhões (R$ 379 bi) que a região movimentou em vendas no varejo, considerando os últimos 12 meses até julho deste ano, o país respondeu por 51% e teve crescimento superior aos dos outros dois países que integram o pódio.
Segundo os dados da Close-Up International, o Brasil registrou avanço de 13,3% em comparação ao mesmo período anterior e alcançou cifras de US$ 34,7 bilhões (R$ 194 bi) – acima da média continental de 12,7%. Dono de 21% do volume de negócios em farmácias, o vice-líder México contabilizou alta de 12% e somou US$ 14,2 bilhões (R$ 79,2 bi).
Já as farmacêuticas da Argentina, terceira colocada no ranking, tiveram um incremento pífio de 5%. Colômbia (22%) e os mercados que compreendem a América Central (Costa Rica, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá) – com aumento de 17% – lideraram a evolução do setor.
O domínio das farmacêuticas brasileiras
(% de faturamento com vendas em farmácias na América Latina)
Diversidade de PDVs potencializa farmacêuticas brasileiras
Parte do resultado das farmacêuticas brasileiras está associada à diversidade dos pontos de venda, que torna o varejo nacional um dos mais equilibrados da América Latina nesse quesito. As redes concentram 57% do faturamento no país, contra 43% das farmácias independentes. Essas últimas empresas, inclusive, tiveram crescimento percentual de 15% nos 12 meses até julho de 2024, enquanto as redes avançaram 11,1%.
“É uma proporção muito similar à dos outros dois mercados que mais cresceram. A proporção é de 54% e 48% na Colômbia, enquanto chega a 52% e 48% na América Central. Já México e Argentina são muito dependentes das redes (68%) e independentes (66%), respectivamente, o que as torna mais vulneráveis ao cenário macroeconômico”, comenta Paulo Paiva, vice-presidente Latam da consultoria.
Genéricos e similares puxam crescimento
Responsáveis por 49% das vendas, os genéricos e similares são também as categorias com maior avanço percentual – 19%, ligeiramente à frente dos produtos OTC. Essas duas classes de medicamentos correspondem a 49% das vendas na América Latina. “E a tendência de queda de patentes em nível mundial deve aquecer ainda mais essa demanda, considerando os maiores gargalos de acesso na região”, acredita.