Indicadores da IQVIA confirmam o fortalecimento do atacado farmacêutico como canal estratégico para PDVs independentes e associativistas. As vendas de distribuidoras de medicamentos para o varejo farmacêutico totalizaram R$ 50,6 bilhões nos últimos 12 meses até julho. Os números são 6% superiores aos do ano passado e superam em 45% o desempenho de 2017, sendo em grande parte impulsionados pelo crescimento das atacadistas regionais e locais.
O atacado farmacêutico responde atualmente por 63,4% do movimento de vendas, contra 36,6% resultante da comercialização direta das indústrias farmacêuticas para as farmácias. Ao todo, foram transacionadas mais de 4,1 bilhões de unidades nos últimos 12 meses, contra 3,8 do mesmo período anterior.
Avanço do atacado regional e local
Embora as atacadistas com presença nacional ainda totalizem 60,8% das vendas, a participação das distribuidoras regionais e locais vêm evoluindo de forma consistente. Essas empresas passaram de um share de 35,8% em 2017 para 39,2% em 2021. O faturamento de R$ 19,8 bilhões equivale a um salto de 71% nos últimos cinco anos, contra somente 48% das grandes. Só de 2020 para este ano, o crescimento foi de 18%.
Distribuidores |
Vendas R$ | Crescimento 21×20 | Unidades |
Locais | 7,8 bi (15,5%) | 18,6% |
1,2 bi (29,3%) |
Regionais |
12 bi (23,7%) | 18% | 1,4 bi (35,1%) |
Nacionais | 30,8 bi (60,8%) | 11,2% |
1,4 bi (35,6%) |
Outro dado interessante é que as distribuidoras locais e regionais ampliaram suas participações de mercado em todos os tamanhos de cidades, com incremento acima de dois pontos percentuais nas metrópoles (acima de 1 milhão de habitantes) e de quase três pontos nos municípios grandes (entre 300 mil e 1 milhão).
Faturamento e evolução do share (2021×2020) por tamanho de cidade
Distribuidores |
Metrópole (> 1m) | Grande (300k-1m) | Média
(até 300k) |
Pequena (<50k) |
Locais/Regionais |
R$ 4,1 bi (36,1% para 38,3%) | R$ 3,9 bi (32,9% para 35,2%) | R$ 6,1 bi (38,8% para 39,8%) |
R$ 5,7 bi (41,8% para 42,4%) |
Nacionais | R$ 6,7 bi
(63,9% para 61,7%) |
R$ 7,1 bi (67,1% para 64,8%) | R$ 9,2 bi (61,2% para 60,2%) |
R$ 7,8 bi (58,2% para 57,6%) |
Ivan Coimbra, diretor executivo da Abradilan, atribui esse avanço à combinação entre a conjuntura do país e fatores setoriais. “As questões conjunturais provocadas pela pandemia direcionaram um aumento de consumo para o varejo independente e o associativismo, onde os distribuidores regionais têm forte penetração. Por outro lado, esse movimento encontrou empresas já maduras, operacionalmente falando, e com muito mais facilidade para se adaptar a um cenário que exigia conhecimento do cliente e agilidade”, argumenta.
Foco na transformação digital
Com a elevação na demanda, o nicho de distribuição regional redobra a aposta na tecnologia para dinamizar as operações e fidelizar o varejo. É o caso do Grupo GMill Distribuição, resultante da integração entre a LogOp, antiga Sudeste Farmacêutica e a Millenium Comercial.
A empresa investiu na criação de um marketplace para farmácias independentes. A Meds, como será intitulada a plataforma, poderá beneficiar, em um primeiro momento, mais de 8 mil PDVs na Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. “Almejamos atender varejistas farmacêuticos que não têm presença no canal digital nem possuem um aplicativo de vendas. O pedido do consumidor seria direcionado à loja mais próxima de sua localização, com entrega em até 30 minutos”, explica o CEO Lucas Freire e Freire.
Já o Grupo Tapajós, com atuação em quatro capitais da Região Norte – Belém (PA), Boa Vista (RR), Manaus (AM) e Porto Velho (RO) – implementou um sistema que permite a digitalização das operações da sua distribuidora homônima. Também está incorporando uma solução avançada que permite gerenciar, em tempo real, o desempenho da frota de veículos e da equipe de transportadores.
Para garantir o agendamento dos produtos adquiridos e programados, com qualidade e menor tempo possível, a companhia automatizou o sistema de agendamento e promoveu uma revisão processual. Essa decisão já garantiu uma melhora de 52% no nível de serviço de recebimento de cargas e o monitoramento em tempo real dos recebimentos nos CDs.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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