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30% das farmácias brasileiras fecham portas após 2 anos

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farmácias brasileiras
Bifarma passou de 250 a 30 pontos de venda em dois anos

As farmácias brasileiras protagonizaram uma abertura de lojas recorde nos últimos dois anos, mas sobreviver parece ser um desafio intransponível para boa parte dos PDVs. Novo levantamento da Close-Up International indica que quase 30% desses estabelecimentos fecharam as portas após esse período.

Segundo os dados, o país teve 18.176 novas farmácias entre 2021 e 2022, o equivalente a 19,9% do total de lojas do setor. No entanto, 5.125 encerraram as atividades no período. O estudo considera PDVs que não comprovaram ter faturamento nos três meses anteriores.

Atualmente, o varejo farmacêutico conta com 72.911 lojas maduras, que permanecem em operação após dois anos. Para especialistas, a maior relevância que o segmento adquiriu no contexto da pandemia representou um gatilho para o boom de inaugurações, mas a onda pode ter sido passageira.

“Podemos estar diante de um esgotamento da ascensão do setor. Com grandes redes se consolidando frente a PDVs independentes, o espaço para inovação se fecha. E a compressão da renda por causa da inflação e dos juros torna o cenário ainda mais nebuloso”, entende Claudio Felisoni de Angelo, presidente do IBEVAR e professor titular da Universidade de São Paulo (USP).

Fechamento das farmácias brasileiras afeta PMEs

O índice de fechamento das farmácias reflete-se especialmente nas pequenas e médias empresas. Das 1.129 lojas abertas pelas redes de menor porte nos últimos dois anos, 601 não resistiram – percentual de 53%. Entre as independentes, a estatística de mortalidade chega a 33%.

Em números absolutos, porém, as farmácias independentes são as que mais sofrem. Do total de 5.125 PDVs que fecharam as portas, 80% pertencem a esse nicho.

Redes tradicionais protagonizam fechamento de farmácias

Redes tradicionais vêm protagonizando essa explosão no fechamento de farmácias. Desde fevereiro, mais de 80 lojas da Poupafarma estão fora de operação na Baixada Santista, Região Metropolitana e interior de São Paulo.

Em recuperação judicial, a empresa reativou apenas um PDV até o momento e espera se desfazer de algumas unidades. A Nissei é uma das interessadas e fez uma oferta de R$ 18,9 milhões por 55 lojas.

Já a Bifarma, que esteve entre as 20 líderes de faturamento no setor, viu sua receita despencar 66% em um ano e também enfrenta um processo de recuperação judicial. De 250 lojas em 50 municípios paulistas e mineiros em 2021, hoje se resume a 30 pontos de venda. O movimento anual de quase R$ 500 milhões caiu para R$ 165 mi.

O que reflete esse cenário das farmácias brasileiras?

O cenário das farmácias brasileiras reflete limitações na visão de negócio de alguns empresários do setor. Mas para o consultor Adriano Schinetz, a responsabilidade não passa necessariamente pelo acirramento da concorrência.

Na sua visão, as supostas ameaças deveriam ser vistas como oportunidades de conexão com novos clientes e ensinamentos. “A chegada de outro PDV à comunidade onde atuo tende a ampliar o fluxo de consumidores no entorno. E a renda média dos brasileiros só é obstáculo para quem não sabe precificar”, acredita.

Por meio das ferramentas de medição que sua consultoria disponibiliza para as farmácias, Schinetz identifica três aspectos primordiais que afastam o cliente da loja. São eles o preço, a falta de produtos e a forma de pagamento. “O primeiro e o terceiro motivos exigem flexibilidade do gestor. Mas a ruptura impõe planejamento estratégico delineado, o que envolve elevado nível de acurácia na obtenção de dados sobre os hábitos de consumo e uma interação mais efetiva com o distribuidor”, reforça.

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