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87% das farmácias que fecharam no Brasil são independentes

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FARMÁCIAS QUE FECHARAMFarmácias independentes, varejo farmacêutico
Foto: Canva

O volume de farmácias que fecharam as portas no Brasil segue intenso, mas o problema ronda sobretudo os PDVs de pequeno porte. Segundo levantamento da IQVIA referente aos últimos 24 meses até março deste ano, quase nove em cada dez lojas que sofreram com essa situação são independentes.

O estudo considera estabelecimentos que deixaram de funcionar no período ou simplesmente não apresentaram faturamento nos últimos três meses. De 7.784 farmácias que padeceram, 6.823 (87,6%) são independentes.

O abismo é ainda mais evidente quando se compara com o número de lojas abertas nos últimos 24 meses. De um total de 16.386 novos PDVs, 63,9% (10.479) são independentes. Embora seja o segmento com maior número de inaugurações, também é o que mais descontinua as atividades

“Com grandes redes se consolidando frente a PDVs independentes, o espaço para novos entrantes no mercado torna-se ainda mais estreito. E esse cenário fica ainda mais desafiador a partir de oscilações geradas por fatores como a inflação e a inadimplência”, observa Claudio Felisoni de Angelo, presidente do IBEVAR e professor titular da Universidade de São Paulo (USP).

Farmácias que fecharam no Brasil em 24 meses (por nicho)

modelo panorama petvet
Fonte: IQVIA

Desempenho das lojas maduras nas farmácias independentes

Apesar de contabilizar o maior número de lojas maduras, com 41.320 PDVs (54,1%) do total de 76.296, o varejo independente é o que apresenta a maior retração nas vendas (-5%) neste perfil de farmácia. Somente as grandes redes da Abrafarma, que contam com 8.865 unidades maduras, apresentaram crescimento nas vendas (1,7%).

Volume de vendas em lojas maduras

graficos panorama farmaceutico
Fonte: IQVIA

Farmácias que fecharam vivem retração no consumo e carência digital

As farmácias que fecharam no Brasil foram, claramente, vítimas da retração no consumo. “Estamos registrando um movimento de recuo na inflação e nas taxas de juros, com evolução dos empregos formais. Porém, 72 milhões de brasileiros ainda convivem com a inadimplência e devem para quadro credores em média. Com isso, vão priorizar a quitação desses débitos, o que trava a retomada do consumo”, adverte Luiz Rabi, economista-chefe do Serasa Experian.

Com o fluxo tímido na loja física, sobra a operação digital. Mas surge outro gargalo. “Esse nicho de farmácias vive um fosso digital. O uso de canais online para programas de fidelidade inexiste em 99% dos estabelecimentos, enquanto 83% não fazem propaganda nas mídias sociais”, completa Rodnei Domingues, diretor de pesquisa do Instituto Axxus, que integra o ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp.

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