A importância das ferramentas digitais na gestão das farmácias

O uso de ferramentas digitais na gestão das farmácias vem sendo determinante para a eficiência operacional e o êxito comercial do setor. Muito além de otimizarem processos, essa estratégia assegura às empresas uma ampla gama de soluções para desafios específicos.

Mas com base na minha vivência, observo que é fundamental entender que a eficácia das ferramentas depende de como elas são utilizadas e integradas à estratégia geral da farmácia. Deter a tecnologia representa apenas o primeiro passo. O verdadeiro valor vem da aplicação prática no dia a dia.

Imaginemos a seguinte situação. Você tem o automóvel mais avançado e caro do mundo, mas o mantém na garagem sem utilizá-lo. Esse carro, por mais impressionante que seja, não cumprirá a função de melhorar sua mobilidade ou proporcionar benefícios se não for colocado em uso. Da mesma forma, uma ferramenta digital poderosa só será eficaz se for incorporada adequadamente aos processos da farmácia.

Gestão das farmácias com ferramentas digitais impacta todas as áreas

A gestão das farmácias com ferramentas digitais deve ser compreendida como um processo abrangente, capaz de impactar todas as áreas do negócio. Como exemplo, cito nossa experiência na Febrafar, na qual utilizamos sistemas que auxiliam na precificação ideal dos produtos e fornecem informações para a melhor tomada de decisões.

Além disso, ferramentas de análise de perfil de consumidores e programas de fidelidade ajudam a entender o comportamento dos clientes e ajustar as estratégias de vendas e marketing. Essas tecnologias possibilitam um gerenciamento mais detalhado e adaptado às necessidades específicas de cada farmácia. A utilização eficaz dessas ferramentas pode transformar a forma como o varejo farmacêutico opera e interage com seu público.

Benefícios das ferramentas em três frentes

A digitalização contempla benefícios significativos em três áreas principais da gestão farmacêutica – compra, venda e administração.

1. Compra eficiente: ferramentas que facilitam o processo de compra ajudam as farmácias a adquirir produtos com melhores condições e a manter um estoque eficiente. Isso é vital para assegurar o atendimento às demandas dos clientes sem enfrentar problemas de desabastecimento
2. Aumento das vendas: sistemas analíticos permitem revisar ofertas e estratégias com base em dados. Esse processo pode aumentar a satisfação do cliente e, consequentemente, as vendas
3. Administração eficaz: sistemas de gestão e análises de desempenho, fornecem uma visão clara sobre a situação financeira e operacional da farmácia. Com essas informações, os gestores podem tomar decisões mais assertivas e garantir uma operação eficiente.

Desafios para farmácias independentes

Apesar das vantagens oferecidas pelas ferramentas digitais, tenho observado que muitas farmácias independentes enfrentam desafios significativos para acessá-las e implementá-las de forma eficaz. Atualmente, apenas os grupos do associativismo, mais especificamente os representados pela Febrafar, e as grandes redes, estão plenamente preparados para utilizar essas ferramentas de forma ampla.

Essas organizações detêm a estrutura e os recursos necessários para integrar as tecnologias de modo eficiente em suas operações. Em contraste, farmácias independentes frequentemente não têm a capacidade de investir em tecnologias avançadas, o que pode limitar sua competitividade em relação às grandes redes e associações que têm acesso a essas ferramentas.

A falta de acesso a tecnologias comparáveis pode resultar em desafios adicionais para esses PDVs, que precisam encontrar alternativas de gerenciar suas operações e atender às demandas do mercado.

Assim, sempre tenho repetido que a digitalização e o uso de ferramentas tecnológicas são essenciais para a transformação e modernização do varejo farmacêutico. No entanto, não resolvem todos os problemas por si só. Sua eficácia está diretamente ligada à forma como são usadas e integradas à operação.

* Edison Tamascia é um empresário com 50 anos de experiência no varejo farmacêutico. É presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e um dos principais promotores do associativismo no país

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