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Adeus, futuro: “As drogas e os simples”

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Antes de haver supermercados, as drogarias desempenhavam um papel fundamental na organização doméstica, e a do meu bairro cheirava àquele quadrado de sabão com que então se esfregava a roupa na tábua canelada do tanque. Além de vender pentes, vassouras, lixa e aguarrás, era lá que se encontravam coisas com nomes incríveis como Benzovac (que tirava nódoas), Solarine (que areava pratas), borato, bicarbonato e permanganato (para usos vários) e até um pó lilás que, misturado com água oxigenada, descolorava buços e pêlos de braços num tempo em que não se usava a depilação. Atrás do balcão, além de um rapaz que catrapiscava a minha irmã, era possível ver uma longa fila de frascos de vidro com tampa de metal, todos devidamente etiquetados, com as várias substâncias que faziam do estabelecimento uma drogaria.

Portanto, quando em meados dos anos 1970 estudei, ainda que de raspão, os Colóquios dos Simples e Drogas da Índia, de Garcia de Orta, o que me intrigou no título foram os “Simples” (pois não imaginava que assim se designassem as ervas e plantas naturais), e não as “Drogas”, que já sabia o que eram (embora, com o advento do tráfico e da toxicodependência no Portugal desse tempo, o vocábulo tivesse baralhado alguns estudantes).

Fonte: DN Notícias

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