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Alinhamento do Brasil aos EUA pode afetar economia brasileira, segundo especialista

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As faíscas da briga entre Estados Unidos e Irã chegaram cedo ao Brasil. E, apesar de o presidente Jair Bolsonaro ter negado nesta terça-feira (07) que o conflito possa esfriar a relação bilateral entre Brasil e Irã, há motivos para preocupação, segundo especialistas.

Ontem, a representante brasileira no Irã foi convocada para explicar nota divulgada pelo Itamaraty na sexta-feira (03) sobre a morte do general Qasem Soleimani, comandante da Força Quds da Guarda Revolucionária iraniana, na qual manifesta “apoio à luta contra o flagelo do terrorismo.”

Na nota, o governo diz que “o Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento”.

Apesar de não declarar diretamente apoio aos Estados Unidos, o posicionamento brasileiro causou um desgaste na relação com o Irã, segundo o embaixador Paulo Roberto de Almeida, que já serviu em embaixadas de destaque como Paris e Washington.

“Para os iranianos, a postura do Brasil é uma deslealdade em relação às boas relações que os países vinham tendo desde a revolução iraniana, nos anos 70”, diz Almeida.

Em 2018, as exportações do Brasil para o Irã representaram 0,94% (US$ 2,26 bilhões) de todos os desembarques do país, formados preponderantemente de produtos básicos, como milho, soja, açúcar e carne. Já os embarques vindos da terra persa, compostos na maioria de produtos semimanufaturados de ferro e aço, representaram 0,022% (US$ 39 milhões) das importações brasileiras.

“A participação do Irã nas exportações brasileiras não é grande, mas não podemos negar que, no médio prazo, uma situação de instabilidade pode gerar problemas para a economia global e impactar exportações para outros destinos, mais especificamente na questão de carnes”, diz Vinícius Vieira, professor de Relações Internacionais da FGV e da Faap.

O Oriente Médio abriga países com relações comerciais fortes e crescentes com o Brasil, à medida que o país goza de uma posição de destaque na produção da carne halal, técnica sagrada de abate que segue premissas do Alcorão. Esse direcionamento vem fortalecendo os laços do país com a comunidade islâmica e, consequentemente, impulsionando as exportações para países árabes.

E, se o Irã, que não é um país árabe, é responsável por menos de 1% das exportações que saem do Brasil, os países árabes, por outro lado, são responsáveis por 10% desses desembarques.

Fonte: O Essencial

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