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Ao impulsionar renda em até 70%, auxílio escancara pobreza no Brasil

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Trabalhadores brasileiros tiveram um ganho de até 70% na renda com o auxílio emergencial distribuído a pessoas mais vulneráveis durante a pandemia, de acordo com estudo feito por pesquisadores da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV).

Esse resultado, porém, fala mais sobre a pobreza e a desigualdade extremas no Brasil do que sobre o tamanho da ajuda federal, dizem os responsáveis pelo trabalho, Lauro Gonzalez e Bruno Barreira.

Sem o auxílio emergencial, os pesquisadores chegaram à conclusão que empregados informais teriam sido quase 2,5 vezes mais penalizados pela queda da atividade econômica do que os formais.

Com o auxílio, de forma geral, os trabalhadores brasileiros tiveram um ganho de 24% na renda. Para os informais, o aumento chega a 50%.

O levantamento compara a renda de vários tipos de trabalhadores antes e depois do início da pandemia e estima os efeitos das parcelas de R$ 600 ou R$ 1.200 pagas a cerca de 64 milhões de brasileiros.

“As estimativas iniciais do governo previam por volta de 30 milhões de pessoas elegíveis ao auxílio, ou seja, a profundidade da crise tem sido muito maior do que a inicialmente imaginada”, dizem os especialistas. No total, foram 104 milhões de solicitações.

Uma das principais razões para essa diferença, segundo os pesquisadores, é o avanço expressivo da chamada “economia de bico”, que sustentou as quedas que a taxa de desemprego vinha apresentando antes da chegada da crise.

Antes de bater nos 37% recentemente em função das políticas de isolamento, a taxa de informalidade no Brasil atingiu um recorde de 41,1%, no começo do ano, se tornando a ocupação principal em 11 estados brasileiros, de acordo com o IBGE.

Após o fim do socorro, programado para acabar no segundo semestre, a renda também deve perder parte do que foi adicionado durante a pandemia. Um cenário de perdas generalizadas pode ser evitado, segundo os pesquisadores, a depender da forma como o governo federal irá conduzir as políticas econômicas nos próximos meses:

“A indefinição sobre a continuidade de algum tipo de auxílio, sobretudo considerando a política de ajuste fiscal perseguida pelo governo, também pode afetar esse cenário”

Lauro Gonzalez, Professor da EAESP-FGV e coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira

O plano do ministro da Economia, Paulo Guedes, para o cenário pós-pandemia passa pelo Renda Brasil, um substituto mais amplo do Bolsa Família, que pode englobar também outros programas sociais existentes, com pagamentos mensais de R$ 300.

Esse e o Carteira Verde Amarela, direcionado a facilitar o ingresso de jovens no mercado de trabalho, devem ser apresentados pela equipe econômica ainda neste ano.

Veja nos três gráficos abaixo o impacto do auxílio na renda dos brasileiros:

Após elencar os tipos de profissão por renda estimada antes do início da crise, os pesquisadores calcularam quanto cada um perderia sem o auxílio emergencial.

No gráfico abaixo, é possível ver que as profissões de cabeleireiro e manicure e a de vendedores ambulantes perderiam 42% e 38% da renda, respectivamente.

Com o auxílio emergencial, o cenário muda completamente. Em vez de perderem mais de 40% da renda, cabeleireiros e manicures tiveram um ganho médio de 12%.

No caso de empregados domésticos e diaristas, a variação fica positiva em 61% e chega a 71% para auxiliares de agopecuária:

O estudo mostra ainda que os maiores efeitos do auxílio sobre a renda se concentram em estados do Norte e Nordeste e na parcela de trabalhadores menos escolarizada. Além disso, as mulheres também foram mais beneficiadas pelo aumento de renda, graças à parcela de R$ 1.200 a mães solteiras.

As estimativas foram feitas a partir dos dados coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, realizada em junho de 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fonte: Exame

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