Medicamentos respondem por até 76% do lucro das farmácias

Estudo da Proffer ajuda a comparar margens de farmácias do mesmo porte

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LUCRO DAS FARMÁCIASMargem de lucro, farmacias, Proffer, varejo farmacêutico, medicamentos, precificação
Foto: Canva

Os medicamentos sustentam seu protagonismo no faturamento e na margem de lucro das farmácias, independentemente do porte do estabelecimento. É o que revela a pesquisa da Proffer, startup especializada em precificação para o canal farma. O estudo foi baseado em mais de 20 milhões de preços, 1 milhão de produtos e dados coletados em 1 mil cidades, provenientes de dez fontes confiáveis.

A análise, porém, revela profundas diferenças entre as grandes redes e as PMEs do setor. Nas maiores varejistas do país, cerca de 2/3 da lucratividade provém de medicamento. Já entre as farmácias independentes, a representatividade desse mesmo indicador ultrapassa 3/4.

Essa diferença torna-se ainda mais acentuada na análise sobre o lucro dos não medicamentos, que chega a 36% nas grandes redes e 23% nas farmácias de menor porte. “Em termos comparativos, o faturamento das grandes redes nessa categoria é 24% maior do que nas demais. Quando o foco é na fatia de lucro, o resultado é 55% superior”, analisa Edmilson Varejão, CEO da Proffer.

Margem de lucro nas farmácias
(% por categoria nas grandes redes)

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Fonte: Proffer

Margem de lucro nas farmácias
(% por categoria nas pequenas e médias farmácias)

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Fonte: Proffer

Margem de lucro das farmácias em medicamentos

Quando é avaliado o lucro das farmácias com medicamentos, as independentes e médias redes conseguem auferir margens superiores às grandes redes no geral e para todas as categorias, com exceção de “medicamentos outros”. Já os genéricos proporcionam as melhores margens para os varejistas, independentemente do porte.

Grandes redes Indep. e médias redes
Medicamentos 38,06% 43,67%
Medicamentos referência 33,51% 39,05%
Medicamentos outros 29,71% 28,77%
Genéricos 58,37% 60,69%
Similares 33,80% 38,70%

Fonte: Proffer

Margem de lucro em não medicamentos

Em relação aos não medicamentos, não foi observada uma diferença significativa por nicho de farmácias. A categoria mundo infantil apresentou margens mais baixas em ambos os portes.

O destaque nas grandes redes fica por conta das margens mais agressivas nas categorias de “higiene & beleza” e “cuidado pessoal”. Por outro lado, as redes de pequeno porte mostraram-se mais competitivas em “alimentos” e “cuidados com a saúde”.

Grandes redes Indep. e médias redes
Não medicamentos 36,20% 36,87%
Mundo infantil 31,51% 34,20%
Higiene & beleza 34,33% 46,50%
Cuidados com a saúde 59,19% 56,56%
Cuidado pessoal 34,40% 48,61%
Alimentos 48,14% 42,55%

Fonte: Proffer

Participação dos genéricos no faturamento

A participação dos genéricos no faturamento de medicamentos em farmácias de pequeno porte é significativamente superior à das grandes redes, com 24% e 10% respectivamente. “É importante destacar que essa categoria apresenta uma margem percentual elevada, com média em torno de 60%, embora tenha um tíquete médio geralmente mais baixo”, ressalta Varejão.

Preço médio por departamento

Grandes e pequenas redes apresentam diferenças no preço médio de venda no departamento de não-medicamentos. “No entanto, quando se trata de medicamentos, a realidade é bastante distinta, com o preço médio nas grandes 210% maior em relação às PMEs”, acrescenta o executivo.

Segundo ele, uma das razões para essa diferença está na composição do mix. “As redes de pequeno e médio porte possuem uma maior participação de genéricos, cujo preço médio é mais baixo, o que reduz o preço geral do segmento de medicamentos”, completa.

Precificação baseada em apenas uma margem não maximiza o lucro

As grandes redes não apenas possuem um mix mais diversificado de não-medicamentos, mas também conseguem converter esse portfólio em lucro financeiro de maneira mais eficiente.

“É importante destacar que as grandes redes trabalham com uma margem percentual menor. No entanto, por disporem de produtos com preço médio mais elevado, alcançam um lucro financeiro superior”, explica Varejão.

Isso significa que trabalhar com produtos de margens mais altas nem sempre significa maior geração de “dinheiro no bolso”. A precificação baseada apenas em uma margem percentual desejada pode não maximizar o lucro financeiro”, finaliza o CEO.

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