Uma associação criminosa composta por farmacêuticos que falsificavam e vendiam atestados médicos foi desarticulada nesta sexta-feira, dia 23, pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia).
Duas farmácias foram alvo de busca, uma na Vila São José em Brazlândia (DF) e outra na Vendinha (GO). As investigações mostraram que, desde 2020, quatros farmacêuticos atendiam os clientes pelo WhatsApp.
Os preços do documento falso variavam de acordo com o tempo de afastamento solicitado pelo comprador. O atestado de um dia custava R$ 50; por um comprovante para dois dias, pagava-se R$ 70; enquanto a licença de três dias saía por R$ 90.
Após o bate-papo, os investigados preenchiam o atestado com o dia e horário do suposto atendimento médico e com o registro da Classificação Internacional de Doenças (CID) informados pelo cliente. Quando o comprador tinha dúvidas quanto à enfermidade, os próprios farmacêuticos faziam sugestões.
Quadrilha vendeu mais de 270 atestados médicos
Segundo as investigações, nos últimos três anos, os investigados produziram e venderam ao menos 273 atestados médicos falsos para moradores de Brazlândia. Para tanto, os investigados confeccionavam carimbos idênticos aos de médicos que assinavam receitas verdadeiras recebidas nas farmácias.
A PCDF descobriu a fraude quando um médico atuante em Brazlândia recebeu, na Unidade Básica de Saúde uma prescrição de remédio controlado com carimbo idêntico ao dele e assinatura falsificada.
Um dos farmacêuticos alvo de busca nesta manhã já havia sido preso preventivamente pela 18ª DP, em julho de 2023. Na casa dele, à época, foram localizados blocos de receituários e atestados em branco.
Também naquela oportunidade, na casa de uma comparsa do farmacêutico, a polícia localizou artes de carimbo prontas, com nome e CRM de 11 médicos do Distrito Federal. Na operação desta sexta, esse farmacêutico também é suspeito de vender remédio abortivo.
