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Atropina e suas múltiplas aplicações

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Atropina e suas multiplas aplicacoes

A atropina é um fármaco usado como antídoto em casos de intoxicação por inseticidas, no combate à incontinência urinária e no tratamento de distúrbios oftalmológicos, respiratórios e cardiovasculares. Exclusivamente manipulada em hospitais, faz parte do atendimento de emergência dos serviços de saúde e integra o grupo de alcaloides dentre os quais também estão cafeína, cocaína, nicotina, efedrina e coniina.

De origem vegetal, os alcaloides, nas plantas, ajudam a afastar insetos e animais. Sintetizados em laboratório, a principal aplicação é em medicamentos. Por causarem dependência física e psíquica, esses compostos levam ao vício e só devem ser usados sob orientação médica.

Funções terapêuticas da atropina

A atropina atua sobre vários órgãos e sistemas. Como medicamento pré-anestésico, inibe as secreções do nariz, boca, faringe e brônquios. O ressecamento das mucosas dessas vias respiratórias permite que intervenções cirúrgicas que exijam intubação sejam bem-sucedidas. Procedimentos oftalmológicos também requerem o uso da atropina, na forma de colírio, para dilatar as pupilas (midríase) e permitir o exame de fundo de olho. Ela age inibindo a ação do músculo que contrai a pupila (miose).

No sistema nervoso autônomo, o efeito do atropina está relacionado ao nervo vago, que tem origem no cérebro e se ramifica  (por meio de fibras sensoriais e motoras) para outros órgãos, transmitindo ‘’mensagens” ao longo do corpo. O nervo controla funções corporais tais como pressão, frequência cardíaca, respiração, digestão, excreção de urina, sensações na pele e no músculo e até o humor.

Estímulos ao nervo vago provenientes de fatores como ansiedade, medo, dor, alteração de temperatura levam à síncope vasovagal, em que a pessoa sente tontura e pode até desmaiar. Esses episódios são um reflexo do nervo que, ao responder, provoca a queda dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, afetando o bombeamento de sangue para o corpo. A atropina é administrada para restabelecer o ritmo cardíaco.

Ainda na área neurológica, a atropina tem efeito sedativo de longa duração. O tratamento do mal de parkinson foi um dos pioneiros no uso da atropina, que ajuda a aliviar os tremores provocados pela doença.

Ataque cardíaco

Em casos de infarto agudo do miocárdio, a atropina é considerada o tratamento inicial. Nesses pacientes, o excesso de tônus vagal – quando o corpo reage para preservar o fluxo de sangue – provoca a bradicardia, ou seja, os batimentos cardíacos caem a menos de 60 por minuto. Com efeito imediato, a atropina pode ser administrada logo após o colapso ou até oito horas depois do infarto se a frequência cardíaca estiver muito lenta.

Na intoxicação por inseticidas – ingeridos, inalados ou absorvidos pela pele – a atropina age como antídoto sobre os efeitos do veneno: dificuldade de respiração, frequência cardíaca anormal, vômito, diarreia, incontinência urinária, dor abdominal, tosse, salivação, sudorese, olhos lacrimejantes e visão turva.

Em distúrbios gastrointestinais, a atropina auxilia no tratamento de úlcera péptica (ferida no revestimento do estômago ou duodeno por ácido gástrico) e das cólicas renal e da uretra. É antiespasmódico da musculatura uterina, controla a incontinência urinária, tem ação sobre a motilidade (transporte de líquidos e sólidos) do estômago e do intestino e é coadjuvante no preparo de radiografias dos órgãos do abdômen.

Precauções

Os riscos e benefícios do uso e doses do medicamento devem ser avaliados pelo médico antes da aplicação. Entre os efeitos colaterais que podem ocorrer estão retenção urinária, estenose pilórica (quadro em que a ligação entre estômago e intestino fica mais espessa, ocasionando bloqueio abdominal), náusea e cólica estomacal, taquicardia, muco nas vias aéreas, boca seca e sede excessiva, visão turva, tontura, calor repentino e rubor da pele.

A atropina é contra indicada para grávidas, mães que estejam amamentando, idosos, pacientes com asma, glaucoma, hipertensão, isquemia do miocárdio, úlcera gástrica, pessoas com doenças pulmonares crônicas e obstrutivas do intestino e miastenia (fraqueza muscular).

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