Lorice Scalise, CEO da Roche Brasil desde abril, é a primeira mulher nomeada para o cargo, além de ser a primeira profissional vinda do país e da América do Sul a ser alçada a tal posto. As informações são do Valor Econômico.
Desde 2000 na farmacêutica, a executiva passou boa parte de sua carreira na farmacêutica, onde iniciou como representante de vendas na área de Diabetes Care.
Nos últimos quatros anos, Lorice, que é formada em farmácia pela Unesp, liderou a divisão de diagnósticos da Roche na Argentina, onde também, a partir de 2021, foi responsável pela divisão farmacêutica.
Pesquisas clínicas no foco da Roche
Agora, sob novo comando, o laboratório também recalculou sua rota e terá como uma de suas prioridades as pesquisas clínicas. Em comparação com 2021, os investimentos na área já subiram 30% no ano passado, totalizando R$ 440 milhões.
“A meta é crescer no mesmo ritmo nesse ano”, destaca Lorice. Dentre as áreas investigadas pela farmacêutica estão a de doenças raras (como atrofia muscular e hemofilia), oncológica, oftalmológica e respiratória.
Por ora, a maioria desses estudos se concentra na iniciativa privada, mas a Roche quer mudar esse cenário. “Queremos uma maior participação da área pública. O ideal é que seja 50% a 50%”, destaca.
Doenças da retina receberam aporte
Conforme noticiado em abril, as doenças da retina, entre as quais a degeneração macular e o edema macular diabético, entraram no radar do laboratório.
A farmacêutica planeja ter um portfólio de oftalmologia inédito no Brasil e, só para essa divisão, soma investimentos de R$ 33 milhões em pesquisas clínicas.
A aprovação regulatória da molécula faricimabe, o primeiro anticorpo bioespecífico experimental projetado para o olho, está prevista para o primeiro semestre deste ano.
Do início dos estudos até o último ano, a Roche incrementou em 96% o ritmo dos investimentos na área, por meio de técnicas de engenharia molecular e inovações em biotecnologia.
“O compromisso com a pesquisa clínica permeia toda nossa atuação e está refletido nos resultados”, diz Michelle Fabiane, líder médica da farmacêutica.
Crescimento de dois dígitos no horizonte
Depois de apresentar um avanço de 5% em comparação com 2021, a previsão da farmacêutica para 2023 é dobrar esse total. A expectativa é que o avanço sobre a receita líquida de R$ 3,7 bilhões seja de, ao menos, 10%.
Entre os motores para esse crescimento estão o tratamento da hemofilia A na rede pública e tratamentos para o câncer de mama e pulmão, além da esclerose múltipla, todos no mercado privado.