A corrida para encontrar a vacina contra a Covid-19 vem mobilizando os principais players da indústria farmacêutica global. Os laboratórios estabelecem cronogramas agressivos, mas Vas Narasimhan, CEO da Novartis, joga um banho de água fria nas projeções otimistas e prevê que os pacientes só terão acesso à cura efetiva para o novo coronavírus no fim de 2021.
Em artigo publicado no jornal alemão Herald-Zeitung, o executivo destacou que uma vacina contra a Covid-19 é a melhor maneira de combater a pandemia, mas seria necessário de um ano e meio a dois para que estivesse disponível aos pacientes. Ao ser entrevistado pela Bloomberg nesta semana, Narasimhan reiterou sua opinião, baseado na experiência à frente de uma das líderes na produção de vacina contra a H1N1.
A afirmação caminha na contramão dos posicionamentos de outros laboratórios farmacêuticos. Pesquisadores da Universidade de Oxford, que firmaram uma parceria com a AstraZeneca, disseram que poderiam concluir os testes em humanos até o fim do terceiro trimestre e viabilizar a comercialização da vacina ainda em 2020. Entusiasmado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, postou um comentário no Twitter expressando sua esperança em uma solução antes do fim do ano.
A Sanofi também aposta na brevidade de uma futura vacina, mas uma frase do diretor-geral Paul Hudson provocou polêmica com o governo da França, país-natal do laboratório. O executivo pontuou que os Estados Unidos seriam o primeiro país atendido por uma vacina contra a Covid-19, pois “eles investiram para tentar proteger sua população”. O presidente francês Emmanuel Macron reagiu por meio de nota oficial, ao observar “que a futura vacina contra o novo coronavírus deve ser um bem público disponível simultaneamente a todos os países e fora da lógica do mercado”.
A Pfizer informou nesta semana que considera terceirizar a produção de parte de seu portfólio de medicamentos, justamente para acelerar a descoberta da vacina. Já a Johnson & Johnson fechou acordos com outros fabricantes para acelerar as pesquisas.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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