Cresce procura por crédito para PMEs
Segundo o Serasa Experian, esse nicho de empresas vem encabeçando a demanda


Após dois meses consecutivos de crescimento anual acima de dois dígitos, a procura por crédito para PMEs registrou uma alta mais moderada em março, com avanço de 0,9%. Os dados são do Indicador de Demanda das Empresas por Crédito, do Serasa Experian.
O crescimento foi impulsionado pelos micro e pequenos empreendimentos, os únicos que apresentaram alta na procura pelo recurso financeiro (1,1%). Já as empresas de médio e grande porte registraram queda, de 4,8% e 4,7%, respectivamente.

Demanda por crédito para PMEs visa manter as obrigações do negócio
“O ritmo mais moderado na demanda por crédito em março reflete um cenário de cautela por parte das empresas, diante de desafios como o custo elevado do empréstimo e as incertezas econômicas provocadas pelo ambiente de juros elevado. No entanto, notamos que os pequenos empreendedores continuam buscando financiamento, muitas vezes como alternativa para manter suas obrigações”, explica a economista do Serasa Experian, Camila Abdelmalack.
Em março de 2025, 19 das 27 unidades da Federação registraram alta na demanda por crédito entre as empresas. O destaque ficou com Santa Catarina, que liderou a expansão com crescimento de 34,9%. Já o Espírito Santo apresentou maior queda – 27,8%.
Recorde histórico de inadimplência
Em fevereiro, o número de empresas inadimplentes no Brasil atingiu um recorde histórico, com 7,2 milhões de companhias com pendências financeiras. Esse montante representa cerca de 31,6% de todos os CNPJs ativos no país, ou seja, quase um terço deles enfrentam dificuldades para honrar seus compromissos.
As regiões Sudeste e Nordeste concentram a maior parte das dívidas. O cenário acende um alerta para a saúde financeira, especialmente das PMEs, que são as mais vulneráveis a oscilações econômicas.
“Muitos empresários ainda enfrentam dificuldades em organizar o fluxo de caixa, renegociar dívidas, cortar gastos ou fazer um planejamento eficiente. A falta de preparo para lidar com crises, somada a fatores externos como juros altos e queda no consumo, contribui para o agravamento da situação”, adverte a economista.