A XP revisou nesta semana as recomendações das ações do setor farmacêutico, segundo reportagem do ADVFN. O head de cobertura da área de saúde da corretora, Rafael Barros, destacou que observa dentro do segmento alguns desafios no curto prazo.
“A gente vê uma desaceleração no crescimento desse mercado, o que afeta mais a Hypera, que produz remédio para o varejo”, afirmou o executivo durante participação no morning call da XP. Segundo o relatório, há uma redução acentuada no potencial de crescimento da receita do setor.
“Na outra ponta, assistimos às clínicas e hospitais pressionando seus fornecedores por melhores preços e condições. Isso acaba estressando os resultados da Blau e da Viveo, que são alguns dos fornecedores do segmento institucional”, explica.
O desempenho das ações do setor farmacêutico
O analista afirmou que, na Hypera, se “vê de fato essa desaceleração pegando os resultados”. No entanto, ele comentou que a farmacêutica vem reagindo a esse cenário ao redirecionar sua estratégia para os medicamentos de marca, incluindo especialidades, em vez de apostar fichas no mercado de genéricos.
“Isso faz com que a empresa tenha uma expansão de margem um pouco melhor no futuro. Mas em um mercado com crescimento restrito, a operação fica prejudicada”, avaliou. Um empecilho é a dificuldade de geração de caixa por conta dos estoques elevados. Nesse panorama, a XP mantém recomendação neutra para a Hypera, com preço-alvo de R$ 35,70 por ação.
Blau com potencial melhora
Já sobre a Blau, o analista da XP explica que a farmacêutica teve um período bem difícil depois de sua abertura de capital, enfrentando algumas questões regulatórias que acabaram prejudicando a competitividade em licitações públicas.
“Esse problema parece ter sido resolvido e a empresa vem mostrando bons resultados há alguns trimestres”, comentou. Com base num ambiente regulatório melhor e a possibilidade de avanços de resultados, a XP passou a recomendação de neutra para compra, com preço–alvo de R$ 18,20 por ação.
Viveo pressionada
“A Viveo está com a parte operacional bem pressionada. Além disso, a geração de caixa ficou muito aquém da esperada e o endividamento da empresa subiu bastante”, revelou. Nesse cenário, o analista crê que o valor das ações está muito sujeito a fatores como a alavancagem e o resultado de suas operações. A XP rebaixou a recomendação de compra para neutro, com preço-alvo de R$ 2,60 por ação.