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O impacto do dólar nas importações da indústria farmacêutica

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A pandemia da Covid-19 trouxe novamente à pauta a necessidade do país em diminuir sua dependência internacional por insumos farmacêuticos ativos (IFA). O Brasil importa 95% da matéria-prima para fabricação de medicamentos e, com a escalada dos preços do frete e a alta do dólar, a indústria farmacêutica brasileira começa a sentir o impacto nos custos da produção.

De acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), ao mesmo tempo em que está engajada no esforço brasileiro e mundial para conter a pandemia do novo coronavírus, a indústria farmacêutica instalada no país enfrenta uma enorme pressão de custos.

“A alta do dólar encareceu a importação dos insumos farmacêuticos ativos e também elevou os gastos com logística, por causa da redução do tráfego aéreo, com a consequente majoração do custo dos fretes. Além disso, provocou significativos aumentos nos preços de matérias-primas, insumos e produtos acabados dos laboratórios”, afirma Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma.

Leia mais: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/05/04/o-que-laboratorios-brasileiros-podem-aprender-com-mercados-como-a-india/

Segundo dados do Ministério da Economia, em 2019, o total de bens exportados e importados na modalidade aérea pelo Brasil totalizou US$ 45,6 bilhões. Já os produtos farmacêuticos transportados pelo modal totalizaram US$ 6,4 bilhões no ano passado.

Para Mussolini, o que faz pesar ainda mais a situação é o congelamento do reajuste anual de preços de medicamentos por 60 dias. A decisão governamental impediu a indústria farmacêutica de repor parte dos aumentos de custo anteriores à pandemia. O fato, inclusive, tem gerado preocupações entre executivos do grande varejo farmacêutico, que temem um desabastecimento de medicamentos em meio ao pico da pandemia caso o reajuste seja postergado. O Panorama Farmacêutico deu destaque ao assunto na segunda-feira passada.

De acordo com os sindicatos de Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos da Bahia (Sincofarba) e do Espírito Santo (Sincofaes), remédios para o tratamento de hipertensão e hipertireoidismo já estão em falta em algumas farmácias. Alguns dos medicamentos são a losartana, omerzartana, valsartana, todos voltados ao tratamento da pressão alta.

Leia mais:

https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/05/18/farmacias-receiam-que-dolar-alto-afete-estoques-e-defendem-reajuste-dos-medicamentos/

Gargalos na importação

Para a Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL), a crise do novo coronavíus escancarou o gargalo encontrado na importação de matérias-primas para a produção de medicamentos produzidos no Brasil. “Estima-se que a indústria farmacêutica brasileira tem enfrentado dificuldades para importar ao menos 31 toneladas de insumos utilizados na produção de 23 medicamentos, incluindo alguns que estão em fase de teste pelas autoridades científicas nacionais”, avalia o CEO Cesar Meireles.

Os problemas decorrem do aumento da demanda mundial por esses insumos e de barreiras impostas por países produtores. O principal gargalo atualmente envolve a Índia, que restringiu a exportação de, pelo menos, 26 insumos e também reduziu a produção industrial devido às restrições na circulação de pessoas para tentar conter a Covid-19.

Outro obstáculo encontrado pelos operadores logísticos decorre do aumento do frete aéreo, devido à redução de voos pelas companhias aéreas. “A maioria das cargas passou a ser operada em caráter de embarques emergenciais e estabeleceu-se a prática de suspensão de pagamento de indenizações em caso de descumprimento dos serviços. Essa nova situação vem exigindo dos operadores logísticos agilidade para encontrar, em outros modais de transporte, a opção de deslocamento”, complementa Meireles.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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