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Droga em teste contra o câncer reverte microcefalia em camundongos

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Peron foi um dos participantes do estudo pioneiro, liderado por pesquisadores brasileiros, que comprovou a relação entre o vírus zika e o aumento de casos de microcefalia em bebês. Na época, o imunologista infectou camundongos e acompanhou a evolução da doença em filhotes até o nascimento. Os resultados, inéditos até então, mostraram que o zika tem tropismo para células precursoras neurais – as que mais tarde vão se transformar em neurônios. Tropismo é propensão que um vírus tem em infectar determinado tipo de célula ou tecido.

Por essa experiência anterior, Jean foi procurado para dar segmento à pesquisa com o AHR. A primeira fase dos estudos in vivo caracterizou-se por infectar camundongas prenhes e analisar se o receptor AHR estava ativado nesses animais. “Verificamos que a AHR estava funcionando, assim como os genes-alvos dela”, diz Peron. “Partimos, então, para a fase de acompanhamento da evolução da doença durante a gestação.”

Duas drogas foram utilizadas: a CH223191, a mesma utilizada nos experimentos in vitro; e outra, que por enquanto, é conhecida como HP163 e está na última fase de testes clínicos em pacientes com câncer. Esses dois medicamentos são antagonistas de AHR, ou seja, bloqueiam a atividade do receptor celular.

Os animais foram tratados um dia antes de serem infectados e, diariamente, recebiam doses dos medicamentos. A CH223191 reduziu a microcefalia e a carga viral do zika no cérebro e baço em alguns filhotes recém-nascidos. “Já os resultados com a HP163 foram gritantes”, comemora Carolina.

A administração da droga em camundongas prenhes reverteu a microcefalia, diminuiu a quantidade de vírus no cérebro, no olho, na placenta e no baço dos animais. “Além disso, os animais tratados ficaram exatamente do tamanho dos controles”. Carolina explica, ainda, que quando há infecção, o tamanho do animal é menor, assim como o peso e todas as medidas cranianas.

Pacientes com microcefalia apresentam, ainda, aumento do córtex e do ventrículo cerebral. “Analisamos, também, a histologia dos filhotes e percebemos que os animais que receberam a droga têm tamanho normal de ventrículo, enquanto que os infectados possuem ventrículo bem grande”, completa Carolina.

Por meio de análise de imunofluorescência, os cientistas encontraram um aumento de nestina, que indica maior presença de células precursoras neurais. A morfologia dessas células também chamou a atenção. Quando estão em repouso, elas têm um formato mais ‘espraiado’ e, quando ativadas, ficam mais redondas. ” Isso quer dizer que a microglia [células imunológicas do cérebro] dos camundongos com zika está ativa, ou seja, se defendendo”, relata Carolina.

Fonte: Jornal do Campus

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