O e-commerce de farmácia coloca o Brasil em posição privilegiada. O país é o terceiro do mundo com maior participação das vendas online sobre o faturamento total do setor. O percentual já é de 11,6%, inferior apenas aos índices da Alemanha e dos Estados Unidos.
Os dados da IQVIA levam em consideração o desempenho no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período dos anos anteriores. Em relação a 2022, o valor passou de R$ 1,9 bilhão para R$ 2,7 bilhões. O avanço foi de 42,3%.
O salto é ainda maior quando se compara com o primeiro trimestre de 2021, que apresentava vendas na casa de R$ 1,3 bilhão. Nos três primeiros meses de 2019 e 2020, período anterior à pandemia, a representatividade era de apenas 2,7% e 3,4%, respectivamente.
A representatividade do e-commerce de farmácia no Brasil ainda está distante dos dois líderes, cujos percentuais superam 20%. Mas o varejo farmacêutico nacional está bem à frente de mercados maduros como Itália e França e dos nossos vizinhos Argentina e México.
“O varejo farmacêutico brasileiro, especialmente entre as grandes redes e o associativismo, conseguiram ter a agilidade necessária para absorver a rápida mudança de hábitos do shopper durante a pandemia. Facilitaram a jornada do cliente, trabalhando com eficácia a integração com a loja física”, acredita Rogerio Lima, vice-presidente de conteúdo e consultoria da Retail Farma Brasil.
E-commerce de farmácia transita com o PDV
A percepção de Lima vai ao encontro de outro dado do estudo, que aponta que 46% dos consumidores transitam entre a loja física e o e-commerce de farmácia.
Do total, 20% pesquisam os produtos no PDV e compram no ambiente online, enquanto 26% efetivam suas compras após pesquisar na plataforma digital. Estes são conhecidos como consumidores webrooming.
“Essa fusão entre os dois canais exige que o varejista disponibilize o canal que o shopper quer utilizar no momento. Só assim o setor poderá explorar da melhor forma esse novo perfil de compras”, complementa.
Recomendação e market share das marcas
O levantamento ainda revela que a recomendação da farmácia e o resultado da busca no e-commerce da rede tem alto impacto no market share das marcas. A pesquisa comparou 1.337 produtos para diabetes tipo 2 pesquisados nas farmácias com 270 produtos pesquisados no e-commerce da Droga Raia.
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Medicamentos para diabetes tipo 2
Marca A | Marca B | Marca C | Outros | |
Todas as farmácias | 24% | 26% | 23% | 27% |
Droga Raia | 25% | 24% | 33% | 18% |
Origem do tráfego para página de produtos
Medicamentos para diabetes tipo 2 – Droga Raia
Origem do tráfego | Marca A +B | Marca C |
Orgânico | 51 | 21 |
Navegação categoria | 11 | 6 |
Recomendação do varejista | 12 | 22 |
Busca no site do varejo | 7 | 31 |
Promoção | 13 | 4 |
Outros | 6 | 15 |
“A farmácia precisa focar nas principais palavras-chave usadas pelo shopper no universo online para garantir o posicionamento de destaque das marcas”, ressalta Camila Castro, head de Transformação Digital da IQVIA