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EaD é mal avaliado por 63% dos alunos, aponta CFF

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Um levantamento do Conselho Federal de Farmácia (CFF) apontou que o modelo de EaD no setor é mal avaliado pela maioria dos alunos. As enquetes envolveram 225 professores e 1.855 estudantes de cursos presenciais e a distância ministrados por 449 instituições, que foram entrevistados entre os dias 27 de maio e 3 de junho.

A qualidade do ensino nos cursos de graduação em Farmácia durante a pandemia de Covid-19 já vinha preocupando o Conselho Federal de Farmácia (CFF), antes mesmo da publicação, nesta terça-feira, dia 17 de junho, da Portaria Nº 544/2020 pelo Ministério da Educação. Os resultados preocupam especialmente porque 47% dos estudantes revelaram se sentir desmotivados nas aulas virtuais e 63% demonstraram ter a percepção de que estão sendo pior preparados.

As críticas podem ser relacionadas a fatores como impossibilidade das aulas práticas e estágios; não adequação da tecnologia ao conteúdo que vai ser ensinado; uma maior superficialidade do conteúdo; a realização de avaliações por meio de exercícios, o que, na opinião dos estudantes, não afere o aprendizado; a dificuldade dos professores com as ferramentas digitais, que ficariam “travados” diante das câmeras; a falta de preparo dos professores para uso das ferramentas digitais.

 

Avaliação dos professores

A falta de interesse dos alunos está evidenciada também nas respostas dos professores. “A maioria dos alunos não tem demonstrado interesse na modalidade de ensino virtual”, disse um professor. “A principal dificuldade é de interação com os alunos, pois eles participam menos, não querem ligar microfones e câmeras. Sabemos que estão ‘logados’, mas não sabemos se a aprendizagem está sendo efetiva”, comentou outro professor. Um quinto dos professores admitiu não ter preparo para lidar com as ferramentas do EaD. Outros dados preocupantes são: 6% dos cursos sequer têm laboratórios e convênios para estágios e 48% não têm farmácia universitária.

 

O CFF está se preparando para editar a resolução que vai disciplinar a recusa de registros de diplomas de egressos de cursos EaD pelos conselhos regionais de Farmácia. Os primeiros alunos matriculados nesses cursos concluem sua graduação entre o final desse ano e o próximo. “O resultado da enquete será considerado na elaboração da norma, especialmente quanto às disciplinas que podem e as que não podem ser ministradas remotamente”, comenta o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João.

Um dado importante apontado pelos professores e alunos é o de que 70,2% dos entrevistados entendem que os conteúdos práticos não podem ser ofertados por meio de EaD. Porém para 29,8% algumas disciplinas que envolvem aulas práticas, podem sim ser ministradas a distância. “A fundamentação teórica da prática, ou aspectos teórico-metodológicos podem ser trabalhados de modo virtual. Já a formação de habilidades, que envolvem componente psicomotor (imitação, manipulação, precisão, articulação e naturalização), requerem o ensino presencial, indubitavelmente”, observa um dos professores que colaboraram com a enquete.

“Descobrimos novas dimensões que antes nos escapavam, estamos ampliando a compreensão sobre o que nos rodeia e nos faz perceber de uma outra forma a educação. Com as tecnologias atuais a escola pode transformar-se num espaço rico de aprendizagens significativas, presenciais e digitais”, comenta Zilamar Costa, presidente da Comissão Assessora de Educação Farmacêutica.

“Uma tendência é que o conselho venha a se tornar partidário de um sistema bimodal, ou seja, cursos presenciais com flexibilização da relação presencial-digital de forma progressiva, ensinando professores e alunos a aprender em ambientes virtuais e integrando as atividades presenciais e a distância de forma mais inteligente, sem, contudo, serem abolidos os momentos presenciais para aprofundamento, debate, contextualização esclarecimento de dúvidas e elaboração de sínteses, e principalmente, atividades para o desenvolvimento de habilidades”, complementa.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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