Fique por dentro dos principais FATOS e TENDÊNCIAS que movimentam o setor

Endividamento de famílias atinge maior nível em BH

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

O endividamento cresce entre as famílias belo-horizontinas. Em julho, 90,1% dos consumidores estavam endividados na capital mineira, uma alta de quase 3 pontos em relação ao mês anterior, quando o índice foi de 87,5%. É o maior índice na série histórica iniciada em 2014 e registrada pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo e apurada pelo setor de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG).

Segundo o levantamento, o endividamento em julho é 8% maior do que no mesmo mês do ano passado. ‘Esse aumento está ligado principalmente à retomada do comércio e do setor de serviços, principalmente os serviços voltados ao entretenimento e ao turismo, que têm feito com que as pessoas voltem a consumir e busquem suprir a demanda reprimida durante o período da pandemia, buscando o crédito para manter o consumo desejado’, observa a economista da Fecomércio-MG, Gabriela Martins.

‘Além disso, temos acompanhado também um aumento nos preços dos alimentos, o que faz com que as famílias tenham cada vez mais suas rendas comprometidas com a compra desses bens e que o orçamento disponível para o consumo de outros bens fique prejudicado. Dessa forma, as famílias acabam buscando o crédito para conseguirem manter um nível ótimo de consumo’, acrescenta.

A economista acredita que a tendência, no que se refere ao endividamento, é incerta. ‘Por um lado, o segundo semestre é marcado por datas comemorativas de grande apelo emocional, como o Dia dos Pais e o Natal, que acabam levando as pessoas a consumir e, consequentemente, a se endividar mais. Ao mesmo tempo, está ocorrendo uma injeção de recursos na economia, com o aumento do Auxílio Brasil e o saque do FGTS, além do 13º salário que começa a ser pago em novembro, o que proporciona fazer compras à vista’, analisa a economista.

Segundo a Fecomércio, entre os tipos de dívidas, o cartão de crédito segue sendo o principal compromisso financeiro assumido. Atualmente, 78,8% dos consumidores pagam contas e fazem as compras do mês no cartão de crédito. Mas o carnê (22,2%) e o cheque especial (10,0%) também estão entre as formas mais utilizadas.

‘Não é possível afirmar, por meio da pesquisa, em que as pessoas estão gastando mais. No entanto, observamos que a principal modalidade de pagamento continua sendo o cartão de crédito, apontando para seu uso de maneira cotidiana. Observamos também o aumento no uso dos carnês, que nos mostra um padrão de consumo voltado principalmente para bens semiduráveis’, aponta Gabriela Martins.

O levantamento da Fecomércio apontou ainda que as dívidas comprometem, em média, 31,6% da renda familiar e grande parte delas por um longo período: o tempo médio é de sete meses.

Após apresentar um aumento entre março e abril deste ano, os níveis de inadimplência começaram a ceder, diminuindo 0,2% entre junho e julho de 2022.

Em abril, o índice era de 44,4% e, atualmente, a inadimplência atinge 43,1% dos belo-horizontinos. ‘É um nível bastante elevado, mas que vem cedendo aos poucos’, aponta Gabriela Martins. Segundo a economista, o endividamento, quando controlado, não gera riscos para a economia.

‘Ele pode servir como um termômetro para observar o quanto as pessoas buscam o crédito para poder consumir e isso, por si só, não é necessariamente ruim, já que as pessoas podem aumentar ou manter os níveis de consumo em um patamar ótimo’, diz.

‘Em contrapartida, o endividamento se torna um problema quando as pessoas deixam de ter capacidade para quitar seus compromissos financeiros e comprometem seu acesso ao uso de crédito. Em consequência, diminui o poder de compra da família, o que afeta negativamente o comércio e toda economia’, conclui.

Consumo nos lares cresce 2,20% no 1º semestre

São Paulo – O índice do Consumo nos Lares Brasileiros, medido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), encerrou o primeiro semestre com alta de 2,20%. Na comparação de junho ante maio, o indicador apresentou alta de 0,10%. Em relação a junho de 2021, a alta é de 6,03%. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a Abras, no primeiro semestre o consumidor optou por produtos de marca própria do supermercado, com preço de 20% a 30% mais baixo, trocou embalagens por aquelas que apresentavam maior economia ou melhor valor agregado e encontrou variedade de marcas nas gôndolas para compor sua cesta de consumo.

‘A intensificação de ofertas nos supermercados e ampla variedades de marcas somadas aos recursos extras injetados na economia e a queda na taxa de desemprego impulsionaram o Consumo nos Lares Brasileiros no primeiro semestre’, avalia a Abras.

Para enfrentar a alta da inflação dos alimentos, o consumidor fez compras mais planejadas, trocou marcas e buscou mais promoções, e o varejo intensificou as negociações comerciais com os fornecedores, ampliou o número de marcas e fez mais promoções nas lojas, disse a Abras.

‘Com renda mais restrita, o consumidor não pode errar e, por isso, ele tem mais resistência a trocar de marca. Porém, o produto de marca própria tem alta qualidade, preço competitivo e ajuda a compor a cesta de abastecimento’, explica o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

Segundo ele, o pagamento do pacote de benefícios aprovados pelo Congresso Nacional deve aumentar o consumo nos lares nos próximos meses, com cerca de 50% a 60% dos valores liberados pelo governo sendo destinados à cesta de consumo.

De acordo com os dados da Abras, o valor da cesta de 35 produtos de largo consumo (alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza) sofreu com o impacto da invasão da Ucrânia, clima adverso e altos custos de produção e transporte e acumulou alta de 10,41%. Com isso, o preço médio da cesta nacional chegou a R$ 773,44 em junho. As altas mais expressivas no semestre foram puxadas por batata (55,81%), cebola (48,13%), leite longa vida (41,77%), feijão (40,97%) e queijo muçarela (36,10%). (ABr)

Fonte: Diário do Comércio MG

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress