Falta de servidores na Anvisa é um grande desafio

Antônio Barra Torres avaliou seu período de mandato e projetou o futuro da autarquia

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Falta de servidores na Anvisa
Foto: Divulgação

A falta de servidores na Anvisa e as consequências das mudanças climáticas foram apontadas como as principais adversidades futuras, que serão enfrentadas pela autarquia, de acordo com o presidente-diretor Antônio Barra Torres. As informações são do Correio Braziliense.

A afirmação foi parte de uma longa entrevista, motivada pelo fim do mandato do militar, no próximo dia 21. Torres foi indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro em julho de 2019, meses antes do início da pandemia, fator que alteraria completamente suas atribuições.

“A pandemia, sem dúvida, foi marcante. Eu entrei em julho de 2019, na expectativa de realizar um trabalho na área de saúde, digamos, normal. Ninguém tinha ideia do que iria acontecer em seis meses. Foi um período que exigiu muito de todos, das sociedades, dos países, da comunidade científica”, relembra Torres.

Segundo ele, foi um período em que outros fatores impuseram ainda mais dificuldades, como o movimento antivacina, a disseminação de mentiras pelos canais digitais, as fake news, e momentos muito tristes, quando mais de 4 mil pessoas morriam em 24 horas”, acrescenta.

Falta de servidores na Anvisa ainda não foi resolvida

Indicado como um dos grandes focos de atenção para o futuro, o problema no quadro de funcionários da autarquia é uma questão apontada por Torres como incompleta.

“A Anvisa não tem gente para trabalhar. Nós temos 1.409 servidores e mais de 450 têm mais de 30 anos de carreira, à beira da aposentadoria. O número ideal seria 2,2 mil, que nós já tivemos no passado. Mas, das 120 vagas previstas em lei para o concurso anual, o governo só autorizou 50 vagas. Esse é o ponto nevrálgico de uma agência que lida com aproximadamente 30% do PIB e faz um trabalho que depende de pessoas”, complementa.

O tópico já foi amplamente discutido durantes os últimos meses, motivando até manifestações do presidente Lula. Em um evento da EMS o governante cobrou mais agilidade da agência, afirmando que alguém “precisaria morrer” para que a Anvisa otimizasse seus processos.

A autarquia chegou a publicar uma nota em reposta, assinada por Torres, e atribuindo a lentidão nos processos à falta de pessoal. O pronunciamento foi apenas a primeira iniciativa de uma série de ações posteriores, que contou também com a convocação de um novo concurso público, a confirmação de uma parceria com o FDA e a criação de um novo órgão técnico, todas noticiadas pelo Panorama Farmacêutico.

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