A farmacêutica nacional União Química quer abandonar o rótulo e se tornar uma empresa de atuação internacional. Dentre os planos da farmacêutica estão uma fábrica no Oriente Médio e também a entrada na Bolsa de Valores. As informações são do Valor Econômico.
A listagem de ações na B3 tem um motivo: financiar os projetos de fusão e aquisição que a indústria tem. Atualmente, a companhia conta com uma receita líquida de R$ 3,96 bilhões.
Dentre as exigências para abrir IPO, a União Química só precisa contratar um banco para a operação, o que pode ser feito ainda neste ano. No mais, as demonstrações financeiras já estão de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Fusão levou farmacêutica nacional para novos ares
Um dos primeiros passos na caminhada para a internacionalização dado pelo laboratório foi a compra da fábrica da Schering, que produzia produtos hormonais para a Bayer.
No negócio, concluído em 2022, a empresa arrematou também algumas marcas da multinacional, como a Diane, Yasmin e Yaz.
Tal movimento possibilitou que a União Química assumisse a liderança na produção de contraceptivos orais e chegasse em 27 países.
Mil e uma fábricas
Sobre a internacionalização, o Oriente Médio é o grande foco da indústria. Atualmente, conversas estão abertas com um fundo dos Emirados Árabes para implementar uma planta na região.
Enquanto os fundos do IPO municiariam eventuais compras, a expansão para o Oriente Médio caberia aos parceiros árabes, que arcariam com 90% do custo da chegada ao país.
“É um mercado com um potencial enorme”, comenta Fernando Marques, presidente e dono da farmacêutica. Atualmente, a companhia já pode exportar para 70 países diferentes.
No Brasil, a União Química mantém nove fábricas, sendo que duas delas, a de Pouso Alegre (MG) e a de Taboão da Serra (SP), estão em expansão, com um aporte superior aos R$ 200 milhões.
Empresa é uma das gigantes nacionais
Se hoje a indústria volta seu olhar para o exterior, é porque, por aqui, o mercado já dominado por ela e suas conterrâneas. Afinal, as farmacêuticas brasileiras, como a União Química, detêm 60% de share.
Segundo relatório da Close-Up International, dos 30 laboratórios que mais vendem nas farmácias, 18 foram fundados no Brasil.
E o país segue bem na fita com um recorte menor. Considerando apenas as cinco principais farmacêuticas do ranking, três são locais.