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Farmacêuticas pesquisam novos medicamentos para tratamento de leishmaniose

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Dados do Ministério da Saúde mostram que em Alagoas oito pessoas morreram de leishmaniose no ano de 2020. O município de Estrela de Alagoas foi que registrou o maior número de casos com uma média de 5,33 para cada 100 mil habitante. Na Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, instituída pela Lei nº 12.604/2012, o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas apresenta a pesquisa das farmacêuticas e professoras Doutoras Magna Suzana Alexandre Moreira e Aline Cavalcanti de Queiroz no desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento da doença.

Coordenadoras do Laboratório de Farmacologia e Imunidade-LAFI da Universidade Federal de Alagoas, elas afirmam que o tratamento já é realizado por meio de medicamentos, contudo, alguns são bastante tóxicos, outros tem preços elevados, além da resistência dos parasitos, o que torna o tratamento ineficaz. ‘Nós temos nos dedicado a estudar novas entidades químicas proveniente de produtos naturais ou sintéticos para o tratamento das leishmanioses, que estão entre as doenças mais negligenciadas pela indústria farmacêutica’, falou Aline.

De acordo com Magna, a pesquisa busca novos medicamentos com melhor índice terapêutico, já que existe uma necessidade de novas estratégias terapêuticas para essa doença que desperta grande preocupação na comunidade médica e científica mundial. ‘Os números são crescentes e a doença está se disseminando para áreas urbanas. Os estudos realizados na UFAL buscam entender os mecanismos de interação parasito-hospedeiro para encontrar uma melhor estratégia no desenvolvimento destes medicamentos para que tenhamos uma ferramenta farmacológica que contribua para o avanço na quimioterapia das leishmanioses’.

A farmacêutica Aline revela que a pesquisa é desenvolvida em consonância com a política industrial farmacêutica do Brasil e conta com a expertise de alguns grupos, a exemplo do INCT- Inofar. ‘A partir da etapa de descoberta, o nosso objetivo é conseguir parcerias com o setor produtivo, para dar sequência as etapas subsequentes que são a avaliação pré-clínica e a fase clínica de desenvolvimento para que possamos avançar na cadeia de desenvolvimento em fármacos e medicamentos’, disse.

Segundo Magna, a pesquisa traz a possibilidades da geração de uma nova tecnologia terapêutica, além de ferramentas qualitativas e quantitativas de disseminação de conhecimento, por meio de produção de literatura e de conhecimento. ‘Esses são os insumos fundamentais ao processo produtivo de uma nação, é por meio da pesquisa que nós construímos uma sociedade economicamente estratégica e sustentável, uma vez que atuamos diretamente nas cadeias produtivas, contribuindo para algumas das metas da agenda da ONU para 2030’, garantiu.

O que são as leishmanioses?

As leishmanioses são um grupo doenças infecciosas causadas por parasitos do gênero Leishmania e transmitidas por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue). As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos (mosquito palha) que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, podendo ter também como hospedeiro o cão doméstico e o cavalo.

As Leishmanioses apresentam-se em três formas clínicas: a forma visceral (mais grave) que tem como sintomas febre irregular, prolongada, anemia, indisposição, palidez da pele e ou das mucosas, falta de apetite, perda de peso, inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço; e as formas cutânea e mucocutânea : que entre duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena elevação da pele avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. As doenças também podem se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.

As Leishmanioses não são contagiosas nem se transmitem diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasito ocorre apenas através da picada do inseto vetor pela fêmea infectada. Na maioria dos casos, o período de incubação é de 2 a 4 meses, mas pode variar de 10 dias a 24 meses.

O diagnóstico é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais. A leishmaniose visceral em humanos é considerada, pela Organização Mundial de Saúde, uma das principais doenças negligenciadas do planeta, pois ocorre com maior frequência em populações socialmente mais vulneráveis, principalmente em crianças. É uma doença grave e que pode levar à morte se não for tratada oportuna e adequadamente.

Fonte: Conselho Regional de Farmácia de Alagoas

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