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Farmácias se defendem: Contaminação acidental de suplementos nutricionais por hidroclorotiazida e anastrozol é hipótese questionada pela Anfarmag

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Em relação aos casos recentes de doping em atletas de lutas marciais, a Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) reitera que farmácias de manipulação seguem regras criteriosas exigidas pela legislação sanitária brasileira. A entidade considera improváveis as alegações de contaminação.

Ano após ano, os exames de esportistas apontam não conformidades com as regras internacionais que regulamentam o consumo de medicamentos nas competições. Uma das categorias de substâncias proibidas no esporte detectadas com maior frequência é a dos diuréticos, na qual se enquadra a hidroclorotiazida, porque podem mascarar o uso de outros produtos, como anabolizantes e estimulantes.

Quando o episódio se repete no Brasil, surge a hipótese de contaminação na farmácia. Porém, o diretor executivo da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Marco Fiaschetti, é categórico ao afirmar que essa hipótese não é factível. Estudo da Anfarmag, realizado a partir de 2010 com cerca de 27 mil fichas que registram os medicamentos entregues pelas farmácias a cada paciente, mostrou que menos de 2% das receitas médicas aviadas traziam prescrição de diuréticos. Além disso, dentro dessa amostragem ampla, não havia sequer uma receita com prescrição de diurético isolado.

Isso demonstra a baixa frequência com que o setor de farmácias de manipulação trabalha com diuréticos. Demonstra também que, sempre que um diurético é prescrito, o médico opta por prescrevê-lo associado a outros fármacos, como parte de uma formulação maior. “Como então é possível que tantas vezes, e sempre envolvendo atletas, possa ser alegada a presença de diurético na formulação?”, questiona Fiaschetti.

Outra substância que pode mascarar o uso de anabolizantes e estimulantes é o anastrozol. Também nesse caso, a contaminação com suplemento é uma hipótese frágil. O anastrozol pertence a uma categoria de substâncias chamadas citostáticas, e a legislação sanitária exige que todas as substâncias citostásticas sejam manipuladas em cabines isoladas das demais áreas da farmácia, com utensílios próprios e sistema de ar específico. Torna-se, portanto, fisicamente inviável que haja qualquer contato acidental desses medicamentos com suplementos de qualquer natureza.

“A análise histórica dos casos de doping deixa claro que a alegação de contaminação cruzada se tornou uma estratégia de defesa recorrente. No entanto, basta uma análise criteriosa para demonstrar a fragilidade do argumento”, afirma Fiashcetti.

Controle de processo, rastreabilidade, especificação de matérias primas, realização de procedimentos em laboratórios com áreas apropriadas, atuação e supervisão de farmacêuticos ao longo de todas as etapas de manipulação. Todos esses elementos descrevem o processo de preparação de produtos e medicamentos manipulados. A atividade de obtenção de medicamentos e produtos manipulados é regida por uma das legislações sanitárias mais rigorosas do mundo e fortemente amparada em tecnologia.

O setor de farmácias de manipulação é fundamental para a saúde brasileira.

Diante disso, a Anfarmag se coloca à disposição das autoridades esportivas e da imprensa para esclarecer quaisquer dúvidas que restem sobre o processo de obtenção do medicamento manipulado e a segurança envolvida.

Fonte: O Globo

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