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Grandes redes de farmácias crescem 9% em fevereiro

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grandes redes de farmácias
Divulgação: Canva

Depois de índices preocupantes em janeiro, as grandes redes de farmácias tiveram uma reação em fevereiro. Com o faturamento acumulado de R$ 13,22 bilhões nos dois primeiros meses do ano, o setor registrou avanço próximo da casa de 10%.

Os dados são das 27 empresas que integram a Abrafarma. A evolução de 9,45% na receita foi quase o triplo do tímido incremento de 3,94% contabilizado no primeiro mês do ano.

Responsável por 67% do volume de negócios das grandes redes, a venda de medicamentos totalizou R$ 8,84 bilhões em janeiro e fevereiro, índice 7,56% superior ao do mesmo período do ano passado. Já a comercialização de genéricos chegou a R$ 1,54 bilhões e teve uma alta ainda mais expressiva – 12,38%.

Os chamados não medicamentos, que englobam artigos de higiene, perfumaria e beleza, movimentaram R$ 4,37 bilhões – 13,49% a mais em relação aos dois primeiros meses de 2022.

“A comparação dos resultados de janeiro teve clara influência da ômicron, cujo pico no início do ano passado atraiu maior fluxo para as farmácias. E mesmo sob impactos da inflação, o consumidor vem encontrando alternativas para manter a saúde em dia e dar continuidade a tratamentos clínicos, o que se revela no crescimento expressivo dos genéricos”, comenta Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.

Em janeiro e fevereiro, as redes realizaram mais de 174,5 milhões de atendimentos em 9.073 pontos de venda.

Comparativo das grandes redes de farmácias

(Jan-Fev 2022 x Jan-Fev 2023)

Jan-Fev 2022 Jan 2023 Variação %
Vendas R$ 12.081.796.627 R$ 13.224.063.130 9,45
Vendas de medicamentos R$ 8.223.561.597 R$ 8.845.463.966 7,56
Vendas de MIPs/OTCs R$ 2.528.469.575 R$ 2.416.280.774 -4,44
Vendas de genéricos R$ 1.374.076.922 R$ 1.544.261.266 12,38
Vendas de não medicamentos R$ 3.858.235.030 R$ 4.378.599.164 13,49
Delivery/e-commerce R$ 515.792.468 R$ 677.007.356 31,25
Unidades totais vendidas 503.113.938 496.214.521 -1,37
Total de atendimentos 171.482.147 174.577.497 1,80
Total de lojas 9.070 9.703 6,97

Grandes redes de farmácias confirmam perspectiva da Cielo

 O resultado das grandes redes de farmácias vai ao encontro da perspectiva do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). O estudo da consultoria revelou que as vendas cresceram 1,7% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, enquanto o volume de negócios do varejo em geral teve queda de 0,7%. Os percentuais já descontam a inflação, com alta de 0,84% em fevereiro.

Para os consultores responsáveis pela pesquisa, efeitos do calendário afetaram o varejo em fevereiro. Este ano, o carnaval ocorreu inteiramente no mês, diferentemente de 2022 quando a terça-feira caiu no dia primeiro de março. Além disso, a adesão à festa foi substancial em 2023, o que contribuiu para o fechamento de boa parte do comércio. No ano passado, o repique da pandemia, por meio da variante ômicron, fez com que muitos prefeitos cancelassem a festa sem maiores prejuízos para o varejo. O macrossetor de bens duráveis e semiduráveis, por exemplo, apresentou queda de 7,3%.

“Muitas cidades cancelaram o feriado no período tradicional. Este efeito pode ser observado quando olhamos o setor de Turismo e Transporte, que cresceu bastante, especialmente em cidades turísticas como Rio de Janeiro e Salvador. Por outro lado, o macrossetor de Bens Duráveis foi prejudicado, uma vez que as lojas fecharam neste ano durante o feriado”, afirma Vitor Levi, superintendente de dados da Cielo. Foi a primeira retração do varejo após 15 meses de alta.

Como foi o janeiro das grandes redes de farmácias?

O ano começou com um sinal de alerta para o grande varejo farmacêutico nacional, que registrou queda no número de clientes atendidos e unidades vendidas em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O faturamento subiu apenas 3,94%, desempenho surpreendente para um setor que avançou 17,43% em 2022.

Os itens adquiridos pelos clientes somaram 251,3 mil unidades no período, contra 272,8 mil de janeiro do ano passado – um recuo de 7,87%. A queda na venda de medicamentos chegou a 15,16%. Apenas os não medicamentos cresceram, com tímida alta de 3,62%.

“Em janeiro de 2022 tivemos o impacto da ômicron, que naturalmente atraiu mais consumidores para as farmácias. Logo a comparação é um tanto injusta por causa da situação atípica que vivemos no ano passado. Vamos aguardar fevereiro, mas os dados indicam uma piora no acesso e possível queda na adesão ao tratamento”, aponta Sergio Mena Barreto.

Aumento de imposto pode impactar grandes redes de farmácias

Barreto lembra ainda os injustificáveis aumentos das alíquotas do ICMS em 12 estados brasileiros, para compensar perdas com a isenção tributária sobre os combustíveis, o que pode piorar ainda mais o consumo no varejo farmacêutico e o acesso da população a bens essenciais.

“Já vínhamos com uma carga tributária de inexplicáveis 33% em medicamentos, um número inconcebível se pensarmos nos nefastos efeitos sobre o abandono ao tratamento em longo prazo. Com tais movimentos, o Brasil insiste em caminhar na contramão do mundo no que se refere a pensar na saúde da população. Nos outros países, cuidado em longo prazo está na ordem do dia dos governos. Por aqui, as pessoas ficam cada vez mais doentes e vivem menos, se não conseguem cumprir seu tratamento. É lastimável, portanto, a visão desses governadores que consideram combustíveis mais importantes que remédios”, critica.

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