Fique por dentro dos principais FATOS e TENDÊNCIAS que movimentam o setor

IGP identifica droga sintética com efeitos semelhantes aos da maconha pela primeira vez no RS

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

O Departamento de Perícias Laboratoriais do Instituto-Geral de Perícias (IGP-RS) identificou, pela primeira vez no Rio Grande do Sul, uma droga sintética com efeitos semelhantes aos da maconha. A 5F-MDMB-PICA é um canabinoide produzido artificialmente e comercializado sob a forma de um pequeno selo de papel.

A substância faz parte de um grupo de drogas conhecido como K4 e são canabinoides sintéticos produzidos em laboratório. Embora os efeitos sejam parecidos, ela tem um agravante: a diferença entre a dose recreativa e a tóxica é pequena, o que traz mais riscos à saúde do usuário.

“A molécula da 5F-MDMB-PICA tem o formato semelhante ao da maconha, por isso, quando o usuário ingere o selo, ele se liga aos mesmos receptores do cérebro, causando efeitos semelhantes ao da Cannabis sativa”, explica a chefe da divisão de química forense do IGP, Lara Soccol Gris.

Efeitos no organismo

A identificação da droga é um trabalho realizado em várias etapas. No laboratório, a amostra apreendida é diluída e depois analisada em um equipamento chamado cromatógrafo gasoso acoplado à espectometria de massa (CG-EM).

O CG-EM possui um banco de dados, que reconhece a composição química de milhares de substâncias, como se fosse a impressão digital das moléculas. Contudo, por exigência do padrão de qualidade seguido pelo IGP-RS, é necessário comparar a amostra com um exemplar de referência sem impurezas, o chamado padrão analítico.

No caso da 5F-MDMB-PICA, o padrão foi fornecido pela Polícia Federal, que já havia feito esse trabalho em Brasília (DF), em uma parceria para cumprir o protocolo e assegurar a qualidade do laudo pericial.

Uma droga com aspecto semelhante foi identificada e encontrada no sangue e na urina de um rapaz de 17 anos, que morreu em 2018. O diretor do Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP, Daniel Scolmeister, destaca que os riscos no consumo dessa substância pode ser ainda maior.

“Além de serem mais potentes que a maconha, os canabinoides sintéticos produzem efeitos cardiovasculares adversos mais severos e pronunciados. Já existem na literatura internacional casos de intoxicação relatando estado mental alterado, aumento da ansiedade, euforia, perda de consciência e taquicardia significativa, o que pode levar à morte. As pessoas podem pensar que, por serem chamadas de maconha falsa ( fake weed), essas substâncias têm os mesmos efeitos que a maconha comum, mas estão enganadas”, alerta.

“Além de serem mais potentes que a maconha, os canabinoides sintéticos produzem efeitos cardiovasculares adversos mais severos e pronunciados. Já existem na literatura internacional casos de intoxicação relatando estado mental alterado, aumento da ansiedade, euforia, perda de consciência e taquicardia significativa, o que pode levar à morte. As pessoas podem pensar que, por serem chamadas de maconha falsa ( fake weed), essas substâncias têm os mesmos efeitos que a maconha comum, mas estão enganadas”, alerta.

Apreensão ocorreu em janeiro

A apreensão da droga identificada no RS aconteceu no dia 27 de janeiro deste ano, em Porto Alegre. Um homem foi preso com uma mochila onde estavam 36 selos semelhantes ao ácido lisérgico (LSD).

A identificação da droga é considerada fundamental para enquadrar criminalmente os suspeitos presos com a substância. Se o material não é tipificado, não há justificativa para a prisão, como explica a perita criminal Bruna Gauer, que identificou a droga.

“É importante que a nossa capacidade de detecção acompanhe o ritmo de produção dessas novas drogas para fornecer a prova pericial necessária para a investigação policial”, afirma.

Periodicamente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atualiza a lista de substâncias proibidas no país. Porém, a velocidade de apuração do órgão é menor do que a dos produtores das chamadas “designers drugs”, já que algumas dessas substâncias são detectadas nos órgãos forenses mas ainda não estão incluídas na listagem de substâncias proscritas.

A 5F-MDMB-PICA foi incluída no rol de substâncias proibidas no Brasil em 24 de fevereiro de 2020.

Fonte: G1.Globo

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/igp-identifica-droga-sintetica-com-efeitos-semelhantes-aos-da-maconha-pela-primeira-vez-no-rs/

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress