Após pedir recuperação judicial em 2015 e fechar totalmente as portas em 2022, os funcionários da São Bento ainda buscam chegar a um acordo para receber seus direitos. As informações são do Midiamax.
Procurada pela reportagem, uma ex-funcionária relatou que, devido a uma demissão sem justa causa, espera desde 2019 pelo pagamento de R$ 28 mil. “Quando fui demitida, não me pagaram o salário do mês e nenhum acerto trabalhista”, relata.
A profissional em questão entrou com uma ação judicial, cujo processo já foi encerrado. Ela aguarda o pagamento, mas a rede alega não ter fundos para arcar com o compromisso.
Fazendas foram a leilão para pagar funcionários da São Bento
Um dos capítulos da crise da Drogaria São Bento foi o leilão de fazendas da família Buainain, proprietária do grupo. A ação foi uma exigência do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, situado no Mato Grosso do Sul.
Os imóveis estariam avaliados em R$ 23,6 milhões e a transferência ajudaria a quitar as dívidas, estimadas em R$ 88 milhões até o ano passado.
Segundo o plano de recuperação judicial, as maiores fontes de endividamento estão concentradas em bancos e credores com bens em garantia (R$ 36,9 milhões) e créditos trabalhistas (R$ 11,8 milhões).
O advogado de um ex-funcinário afirmou que, na segunda praça, houve compradores, mas que esse ainda não será o desfecho da história.
“Acredito que ainda teremos uma longa batalha judicial. Não há como prever quando os valores serão liberados, pois ficam suspensos até o julgamento dos recursos, e caso prossiga até o TST, pode demorar vários meses”, analisa.
Rede chegou a ter 80 lojas
Nos áureos tempos, a Drogaria São Bento atingiu a marca de 80 farmácias, distribuídas em 23 cidades. No ano passado, o montante era de apenas duas, que também já foram fechadas.
Para tentar evitar a falência, a rede entrou com um pedido de recuperação judicial em 2015 quando tinha R$ 75 milhões em dívidas e aproximadamente 2 mil credores.