A Índia investirá US$ 79,6 milhões para o fortalecimento de seu sistema regulatório de medicamentos. As informações são da Reuters. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Mansukh Mandaviya, nesta sexta-feira, dia 3, depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) levantou preocupações sobre xaropes para tosse produzidos no país estarem ligados à morte de 89 crianças em dois países.
A Índia é conhecida como a “farmácia do mundo” e suas exportações de produtos farmacêuticos mais que dobraram na última década, atingindo US$ 24,5 bilhões em 2021-22. A morte de pelo menos 70 crianças na Gâmbia e 19 no Uzbequistão no ano passado prejudicou essa imagem.
Dados do governo compartilhados pelo ministro da Saúde mostraram que, das quase 89 mil amostras de medicamentos testadas em 2021-22 por estados e territórios, mais de 2.500 não atendiam aos padrões de qualidade e cerca de 380 foram declaradas espúrias ou adulteradas.
Mandaviya disse que o governo federal alocou fundos para seu ministério para que seja tomadas medidas incluindo a criação de novos laboratórios de testes de medicamentos e a atualização dos já existentes. Não ficou imediatamente claro quando os fundos seriam fornecidos nem como seriam usados.
Medicamentos contaminados
No mês passado, a OMS pediu “ação imediata e concertada” para proteger as crianças de medicamentos contaminados. A entidade, assim como a FDA dos Estados Unidos e autoridades reguladoras estrangeiras iniciaram uma investigação sobre a origem dos xaropes para tosse contaminados que mataram mais de 300 crianças na África e na Ásia.
As empresas cujos xaropes estavam ligados à morte de crianças negaram que seus produtos estivessem contaminados ou se recusaram a comentar enquanto as investigações estão em andamento. No caso da Gâmbia, os inspetores do governo indiano não encontraram contaminação em amostras de teste do xarope ligadas à morte de crianças.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico